Talvez tenha viajado a algum país distante em algum momento da vida? Em cada um de nós, o despertar da curiosidade nasce de formas distintas, alguns tem os ouvidos sensíveis às mais sutis melodias, para outros, estudar é a maior fonte de curiosidade e conhecimento. Todo pai ou mãe tem na ponta da língua um conto gracioso sobre as curiosidades de seus filhos. Afinal, quem nunca perguntou aos pais, de maneira inocente, algo que os deixou desconfortáveis? É comum, no entanto, que todos esses sentimentos e desejos esvaneçam no processo de crescimento. Num repente, aprendemos que precisamos nos encaixar, sobram compromisso e já não há espaço para aqueles sonhos de criança. Mas será que o mundo não precisa de nossa curiosidade?
Eleanor Roosevelt, esposa de Franklin Roosevelt, o 32º presidente dos Estados Unidos proferiu uma célebre frase: “Quando nasce uma criança, se a mãe pudesse pedir para uma fada o dom mais útil para o seu filho, esse presente teria que ser a curiosidade”. As crianças são naturalmente curiosas, recém chegadas ao mundo, tudo para elas emana um perfume de novidade. Tanta curiosidade chega a ser perigosa e por isso um adulto sempre deve estar por perto, vigiando que os pequenos não se machuquem com objetos cortantes ou elétricos, pois, afinal, eles somente querem saber como tudo funciona.
Ao mesmo tempo, estimular essa curiosidade de forma saudável é um passaporte para um futuro abundante, uma criança absorve tudo ao seu redor; e facilmente pode desenvolver capacidades e habilidades que darão frutos no futuro. Todas as sementes plantadas durante a infância se transformam em árvores frondosas. Por essa razão, o trabalho dos pais é essencial, pois eles são os primeiros responsáveis a apresentar o mundo aos filhos. Colecionar objetos históricos com as crianças, por exemplo, pode estimular nelas a curiosidade pela história que as brindará com uma enorme bagagem de conhecimento sobre a sociedade na qual eles vivem.
O que aconteceu com o menino que havia dentro de nós? Você ainda se lembra daqueles dias de júbilo por cada simples descoberta? Não precisávamos de um prêmio ou um objetivo, somente a curiosidade, genuína e despretensiosa. A vida adulta tem seus encantos, a liberdade, a consciência, e às vezes até uma sensação de poder que pode ser ilusória, mas a simplicidade torna-se complexidade e muitas vezes aquela criança curiosa se perde pelo caminho.
Por sorte, esse não é uma passagem sem volta, podemos, sim, retomar nossa criatividade, criar hábitos que alimentem nossa mente, ou simplesmente nos deixar levar pela curiosidade e conhecer os novas estradas que ela pode abrir. Já não somos crianças, mas quem disse que não podemos aprender e nos divertir brincando? O que alimenta sua curiosidade hoje? Existe algo que você gostaria de ler, investigar, colecionar, ou simplesmente experimentar? Todo aquele potencial infantil continua guardado dentro de nós. O inesperado está do outro lado da janela, basta abrí-la e deixar a luz do dia entrar.
Esse artigo é oferecido pela coleção Glórias, especialista em documentos autógrafos raros. Avaliamos, compramos e vendemos cartas, manuscritos, livros com dedicatórias ou desenhos de grandes personalidades históricas. Clique aqui para saber mais
O colecionismo é a prática de guardar, organizar e selecionar objetos das mais diversas origens por interesses pessoais ou sociais. A história conta que esse é um hábito cultural antigo, há registros de membros da realeza das civilizações da Mesopotâmia que colecionavam utensílios há mais de 3000 anos. Mas quem são esses colecionadores hoje em dia, e qual o motivo de seu fascínio pela atividade?
Angelo Paulo Oliveira é um desses colecionadores convictos que fez de seu amor por compilar uma profissão. Nascido em Andrelândia, no interior de Minas Gerais, Angelo conta que o apreço por objetos antigos vem de família:
“Meu avô era mecânico e sempre gostou de peças antigas, as ferramentas dele já nessa época tinham quase 100 anos. Ele sempre contava histórias de construções e objetos, e eu achava muito interessante. Eu até brincava, o vô vai contar uma história, vai começar em 1933”.
Atualmente, Angelo coleciona relógios vintage das décadas de 50 e 60, e casacos militares americanos da mesma época. Engenheiro ambiental, ele optou por vestir esses itens em seu dia a dia, pois acredita que assim diminui a carga ambiental de seu consumo. No entanto, muito além das vantagens para o meio ambiente, utilizar esses objetos é uma viagem no tempo e na história. Angelo explica: “ Acho que a maior função de um item de coleção é o poder de trazer as memórias ao presente.”
Um dos orgulhos de sua coleção é um Rolex Bubbleback de 1953. “Além de manter a originalidade intacta ao longo de mais de 60 anos, possui o mostrador exatamente igual ao que o Major Charles Wylie usou na conquista do Everest em 1953”, conta. Outra peça icônica é uma gandola de algodão utilizada pelas forças armadas da Coréia do Sul na chamada “Zona Desmilitarizada”. “Você saber que o soldado ficou ali várias rondas, usou aquilo durante algum tempo e numa situação totalmente conturbada. Eu acho legal a história por trás da peça, é por isso que eu gosto de usar”, revela emocionado.
Aquilo que era uma paixão se tornou uma fonte de renda diante da crise econômica que assolou o Brasil em 2016, 15 anos depois que Angelo começara a colecionar. O engenheiro, que saiu de Minas Gerais e se mudou para Santa Catarina, encontrou no sul peças raras trazidas pelos imigrantes europeus que chegaram à região e, como profissional da área, pôde contactar-se com vendedores e compradores de outros países que, além da troca, brindaram um grande conhecimento.
Ainda assim, colecionar, para Angelo, sempre será mais que um negócio: "Mario Quintana, um poeta gaúcho, escreveu: A Saudade é o que faz as coisas pararem no Tempo. Um garoto compra hoje um objeto antigo, porque seu pai, seu avô, seu herói preferido das séries que assistia usava um igual. Aquele objeto é uma máquina do tempo que o transporta a épocas passadas”. É esse o engenho que faz sonhar a muitos homens e mulheres que encontraram no colecionismo um caminho, e, graças a eles, temos a oportunidade de ver nossa história preservada, e conhecer um pouco mais dos caminhos que nos trouxeram até o presente.
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Marie-Laetitia Bonaparte-Wyse foi uma poetisa francesa, além de uma das primeiras mulheres jornalistas de seu tempo. Nascida na Irlanda, ela era, na verdade, sobrinha-neta de Napoleão Bonaparte! A genética já anunciava, Marie seria uma mulher de forte caráter. E assim foi, educada em Paris, a literatura e os romances fizeram parte de sua vida. Três casamentos (e outros quantos amantes) conduziram-na a viajar pela Europa entre reinos e disputas de poder. Marie chegou a ser perseguida pelas autoridades francesas por usar seu afamado sobrenome para incitar insurreições.
Não obstante, algo dessa mulher tão singular atravessou os séculos, e não foram somente seus poemas e aventuras românticas e históricas. Marie conservou um tesouro muito original: um papel de cartas decorado com mordidelas de ratinhos, que possui, em sua parte superior, uma ilustração do mesmo animalzinho. Mas por que essa mulher tão vigorosa teria um papel de cartas tão delicado?
Será que um dia ela comprou aquela particular folha para escrever uma carta para Victor Hugo, famoso escritor francês que frequentava o salão de sua mãe em Paris? Essa teria sido uma relação poeticamente frutífera, imaginem as discussões literárias desse casal? Mas provavelmente a relação não floresceu, pois a carta que ela escreveu na tal folha está dedicada a Catulle Mendes, poeta francês contemporâneo de Marie.
Sejamos sinceros, nenhum dos dois é citado na biografia (ops, wikipedia) do outro. Contudo, quantas coisas da nossa vida não estão em nossas biografias online (ok, Facebook)? Quem sabe não seja esse o significado dos ratinhos? Um amor oculto, vivido debaixo das vielas parisienses. Quiça em alguma dessas travessas, enquanto os pombinhos declamavam poesias e criavam uma nova corrente literária jamais revelada ao mundo, um ratinho guloso devorou as provas daquela que poderia ter sido a grande revolução do século 19. E em homenagem a tal ratinho, que eternizou o momento mas dissipou os devaneios subversivos, Marie o ilustrou nos restos carcomidos daquele papel que devia ter sido um importante registro histórico.
A verdade oculta por trás dessa linda cartinha permanece um mistério. Os céticos dizem que sempre há uma explicação (mais) lógica. Marie teve 4 filhos, sendo duas adotadas, e uma cartinha tão meiga pode ter sido um ótimo presente de aniversário para acalmar as crianças e começar a incutir nelas o gosto pela escrita. E, assim, quando as crianças alcançaram uma certa maturidade, o papel retornou a mãe que resolveu usá-lo para dedicar algumas palavras a um amigo.
Possivelmente, nunca saberemos o real motivo dessa mulher tão sui generis possuir um igualmente tão único papel de cartas. Entretanto, uma personagem histórica, com uma vida marcada por romances e aventuras como Marie, pode deixar nossa criatividade fluir livremente, pois nada em sua vida era, deveras, impossível.
E você? Qual sua opinião sobre a origem desse papel de carta? Alguma outra teoria? Talvez uma conspiração para que os Bonaparte regressassem ao trono da França? Conte pra gente, vamos escrever essa história juntos!
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Verdadeiro recorde ou sucesso de marketing ? O fotógrafo Peter Lik causou alvoroço em 9 de dezembro de 2014, ao anunciar em seu site que vendeu a foto mais cara do mundo, em Las Vegas. Chamado de "Phantom", a obra foi vendida por 6,5 milhões de dólares (5,24 milhões de euros) para um colecionador de arte que permaneceu anônimo.
Este último também adquiriu, no mesmo dia, mais duas obras de Peter Lik : "Illusion", por US $ 2,4 milhões e "Eternal Moods", por 1,1 milhão.
Nascido na Austrália, Peter Lik não é desconhecido. O fotógrafo acumulou prêmios nos últimos 20 anos por suas fotografias artísticas de paisagem e natureza, geralmente impressionante em cores, sendo que suas imagens em preto e branco são extremamente raras, o que pode explicar um preço alto. Para "Phantom", Peter Lik explica que queria destacar os contrastes e relevos do Antelope Canyon no Arizona, revelando assim uma surpreendente silhueta fantasmagórica.
Sua foto "Rhein II" alcançou US $ 4.338.500 (€ 3.14 milhões) em novembro de 2011, em um leilão na Christie's em Nova York.
Sua foto "Untitled # 96" foi vendida em maio de 2011 por US $ 2,88 milhões (2,09 milhões de euros).
Fonte : journaldunet.com
Publicado no Reino Unido em maio de 1840, o Penny Black foi o primeiro selo adesivo no mundo, razão pela qual esse selo é considerado um selo valioso. Embora não seja o item de coleção mais raro ou mais valioso, ele traçou o futuro dos selos postais britânicos. O Penny Black traz uma imagem da Rainha Victoria II e não mostra o país de origem, como ainda é costume hoje. Embora haja uma grande quantidade de Penny Blacks para venda, um desses selos não utilizados pode valer em torno de R$ 12.000, tornando-se um selo muito popular entre os colecionadores.
O Cisne Invertido é um dos selos mais famosos e exclusivos do mundo, não por sua beleza, mas sim por ter um dos primeiros erros invertidos no mundo. O Inverted Swan foi publicado em Perth, Austrália, em 1855, quando um processo complicado de produção desses selos por litografia foi usado. No entanto, ao contrário da crença popular, é realmente o quadro que é invertido, em vez do cisne. Este famoso selo foi vendido pela última vez em 1983 por R$ 142.000.
O Mercúrio Vermelho é extremamente valioso devido à sua raridade. Em vez de um selo postal, o Red Mercury era usado para enviar jornais. Estes selos trazem uma imagem do deus romano e foram impressos em amarelo, vermelho e azul, dependendo da quantidade de jornais na pilha. No entanto, o Red Mercury foi de curta duração e foi rapidamente substituído, por este motivo poucas cópias sobreviveram e, por isso, eles possuem um valor de até R$ 148.000.
Apesar do papel azul barato em que o selo da emissão de missionários foi impresso, estes são os selos mais raros e valiosos de todos os tempos, chegando a atingir um valor de R$ 156.000. Os selos da emissão dos missionários foram os primeiros selos produzidos no Havaí e foram utilizados principalmente na correspondência entre missionários, daí o nome deles.
O Dendermonde, que apresenta a prefeitura de Dendermonde de forma invertida, é a maior contribuição da Bélgica para erros de impressão no mundo dos selos. Embora este erro tenha sido divulgado através de dois folhetos da primeira impressão e uma aba da segunda, apenas 17 ainda são conhecidos. Dizem que dois destes selos foram perdidos quando um famoso colecionador de selos foi assassinado em 1942. Se você conseguisse os poucos selos restantes, isso traria cerca de R$ 300.000.
Outro erro de impressão foi o que motivou o enorme preço do Jenny invertido. Agora valendo cerca de R$ 3.000.000, esse carimbo apresenta uma imagem de cabeça para baixo do avião Curtiss JN-4 e foi emitido nos Estados Unidos em 1918. Apenas 100 exemplares foram impressos, e é por isso que o Jenny invertido é de grande valor.
Não é um erro de imagem que faz do Baden 9 Kreuzer um selo extremamente valioso, mas sim um erro de cor. O selo de 9-Kreuzer é de cor rosa, enquanto os selos de 6 kreuzer eram verdes. No entanto, um erro de impressão causou a impressão de muitos selos de 9-Kreuzer na cor verde, em vez de rosa. Somente quatro ainda existem hoje, e um deles foi vendido em 2008 por mais de 4 milhões de reais.
Em 1847, nas Maurícias, quando eram colônia britânica, esses selos foram criados a partir de selos britânicos, que traziam a imagem da rainha Victoria. Com apenas 26 cópias conhecidas ainda existentes e, sendo os primeiros selos do Império Britânico a serem produzidos fora da Grã-Bretanha, não é surpreendente que os selos das Maurícias atinjam mais de 4 milhões de reais por cada exemplar.
O Tre Skilling amarelo é considerado um dos selos postais mais caros do mundo. Previsto para ser impresso em uma cor azul-verde, foi impresso em amarelo. Este selo sueco emitido em 1855, é supostamente a única cópia que existe hoje, por isso vale mais de 8 milhões de reais. O selo foi vendido mais de uma vez, com cada vez um aumento de valor, por isso é melhor começar a economizar hoje, se você quiser ser o próximo proprietário !
Este selo é o mais raro e mais valioso do mundo, tem um valor estimado de 36 milhões de reais. Uma entrega de selos de Londres para a Guiana britânica em 1856 foi adiada, de modo que 1c Magenta foi criado em urgência e em número limitado para garantir a continuação do comércio e comunicação na ilha. O tema latino simbolizando a colônia e o fato de que existe apenas um, tornaram este carimbo uma verdadeira raridade.
Fonte : lefigaro.fr
Antiguidades, relíquias, velharias, recordações, antiqualhas... há uma infinidade de formas para se descrever objetos antigos. E qual dessas palavras é a mais adequada para se referir a eles ? É uma pergunta que não possui apenas uma resposta certa, afinal, tais objetos antigos podem ser uma preciosidade para alguns e apenas sucata para outros.
Milhões de pessoas colecionam os mais diversos objetos em todo o mundo. O que as leva a isso ? Em uma primeira análise, colecionar poderia ser considerado apenas como uma forma de entretenimento, um simples hobby. Mas, com uma avaliação mais profunda, o ato demonstra ser uma atividade mais complexa e importante : o colecionismo, que, além da ideia básica de entretenimento, é uma arte e uma ciência que desenvolve o aprendizado, sendo uma atividade cultural por excelência.
Simultaneamente, há também as pessoas que veem a compra de objetos antigos como um investimento, uma vez que ao passar dos anos as relíquias adquirem mais e mais valor. Com a alta procura no Brasil por esse tipo de objeto, foi criado o site www.objetosantigos.com, um portal direcionado a colecionadores e interessados em antiguidade no geral. O site funciona tanto para quem está na busca produtos exclusivos quanto para as pessoas interessadas em vender suas antiguidades e similares.
Para Gabriel Uarian, criador do site, o segmento é bastante promissor, já que objetos antigos podem ser considerados ativos estratégicos. Ao site E-commerce News, o empreendedor relatou : “Se não guardam fortuna ou arte, os objetos antigos são sempre fragmentos de memória e história, ricos testemunhas de época e exercícios permanentes de cultura e reflexão”. De acordo com Uarian, há mais de 500 milhões de pessoas interessadas nesse nicho pela web, atualmente.
Outro caminho muito utilizado são sites como o enjoei.com.br, que intermedeia a compra e a venda de produtos usados, ou o famoso mercadolivre.com.br. Ali, com uma simples pesquisa, é possível achar mais de 600 itens a venda, entre eles relógios, moedas, esculturas, instrumentos musicais e dezenas de objetos decorativos.
O mundo online pode ser muito eficiente e abrangente para quem gosta de colecionar ou para quem está atrás de uma peça específica, mas sair a procura de objetos antigos fascinantes é uma tarefa que a internet ainda não pode realizar por completo. Sentir o peso, tocar, olhar por todos os lados são ações que só são possíveis ao vivo. Por isso, as feiras de antiguidades são importantíssimas para quem quer comprar, vender ou trocar objetos.
São Paulo é uma das cidades que mais tem opções para os colecionadores. A mais conhecida, é, provavelmente, a Feira Benedito Calixto. Passeio muito popular para os paulistanos e turistas aos sábados, a feira localizada em Pinheiros e próxima ao coração da Vila Madalena agrega música ao vivo, área de alimentação e, é claro, mais de 300 expositores de peças antigas e artesanais. O evento semanal já virou uma atração do calendário cultural da cidade e ali podem ser encontrados móveis, enfeites, armações de óculos, objetos, vinis, brinquedos e até roupas e acessórios em barracas de brechós. É importante ficar atento aos valores e saber negociar, pois as peças costumam variar de acordo com o expositor e o horário. A feira acontece todos os sábados, das 9h às 18h30, na Praça Benedito Calixto.
Outra feira bastante conhecida é a Feira do Bixiga. Com expositores em comum à feira da Benedito Calixto e importância similar na cidade, a tradicional feira de antiguidades da Praça Dom Orione oferece centenas de barracas de objetos vintage e antiguidades. Caso o colecionador esteja procurando por algo específico, é importante sempre ter uma visão geral da feira antes de arrematar os objetos rapidamente, já que há diversos expositores e artigos a venda. Móveis, luminárias, utensílios domésticos de décadas passadas e muitos outros tipos de objetos podem ser encontrados ali.
Participar de leilões pode ser a forma perfeita de achar um determinado objeto antigo. Peças que não significam nada para outras pessoas podem ser exatamente o que você está procurando. Participe de um leilão pessoalmente. Assim, você pode ver as peças mais de perto antes de serem leiloadas e tomar decisões com mais cuidado, caso você goste de uma peça em especial.
Tanto no Brasil como no exterior, existem inúmeras casas de leilão famosas como Sotheby´s, Christie´s, Artcurial, Drouot, etc... e muitas outras menos famosas mas com excelentes oportunidades de negócios para os colecionadores. E como tudo nos tempos modernos, os leilões também têm sua alternativa online. Por mais que não seja possível ver de perto os objetos, em algumas situações pode ser que um objeto só seja encontrado dessa forma. Neste quesito, os leilões são o lugar certo para garimpar peças de arte e antiguidades valiosas.
A arte de colecionar está tão na moda que nos últimos anos alguns encontros de colecionadores foram realizados em diversas cidades do país. Taubaté, por exemplo, abriga o Encontro de Colecionismo, que em 2014 teve sua 4ª Edição no mês de agosto. Uma vez por ano, a cidade do interior de São Paulo é palco desta reunião de colecionadores de todo o país que dura um fim de semana. Na feira, os aficionados podem trocar, vender e avaliar cédulas, moedas, selos, cartões telefônicos, antiguidades e outros itens colecionáveis.
Cláudio Inês é metalúrgico e começou sua coleção depois que recebeu uma doação do tio. "Ele faleceu e a minha tia me deu discos de vinil, então foi onde começou tudo", afirmou ao site de notícias G1. Já Sílvio Alves é colecionador de notas e moedas há trinta anos e possui uma coleção com as diferentes famílias de cédulas lançadas no Brasil. Desde o cruzeiro até o real e a segunda família, com as últimas notas lançadas. "Eu devo ter aproximadamente umas 5 mil cédulas variadas, que eu fui adquirindo ao longo dos anos e dos planos econômicos que foram passando", relatou ao portal de notícias.
Um encontro como esse tem como objetivo colocar os colecionadores em contato e fazer com que eles troquem experiências e encontrem itens considerados raros em suas coleções. Uma cédula de 50 reais com o carimbo da assinatura do então presidente do Banco Central, Pérsio Arida, que ficou apenas 6 meses no cargo em 1995, chega a valer R$ 3 mil.
Outro exemplo é o Encontro de Filatelistas e Numismatas, um dos mais antigos do Brasil e que em 2014 teve sua 165º edição no Hotel Castelmar, em Florianópolis. “O colecionador em geral é um estudioso da matéria. Se é selo, precisa entender dos tipos de papel e de impressão. Mas isso vale pra qualquer tipo de coleção” disse o presidente da Associação Filatélica e Numismática de Santa Catarina (AFSC), Luis Claudio Fritzen ao jornal Diário Catarinense. Atualmente, Fritzen coleciona selos (ele vendeu a coleção de moedas há algum tempo para comprar um apartamento).
Há 65 anos a AFSC reúne principalmente adeptos dos mais tradicionais tipos de coleção : as de selos e de dinheiro - cédulas e moedas. A associação também é responsável por promover o Encontro de Colecionadores, que reúne dezenas de pessoas interessadas nas mais diversas relíquias - de canetas a carrinhos de ferro, passando por papel de carta, tampas de garrafa e latinhas de cerveja.
Assim como o encontro de Taubaté, o objetivo do evento é promover o intercâmbio e possibilitar que os colecionadores vendam ou troquem peças de seus acervos. Na última edição participaram representantes de pelo menos 10 estados brasileiros e da capital argentina, Buenos Aires.
Para quem mora no Nordeste, colecionadores de objetos se reúnem no Mercado de Petrópolis, em Natal, Rio Grande do Norte. No mezanino Abraham Palatnik, um grupo de colecionadores de antiguidades se reuniu pela primeira vez em 2015. Moedas, selos, relógios de pulsos e diversos outros tipos de objetos estavam expostos no local. O espaço também era usado como um momento para conhecer colecionadores e buscar novos objetos para coleção.
Luciano Silva, operador de informática, visitou a feira para conseguir novas moedas para a sua coleção. “Estou no ramo há poucos meses, pois eu tinha algumas moedas antigas e por um incentivo de um amigo comecei a colecionar”, disse ao site noticioso Portal no Ar.
Já o francês Didier Bryckaert mora em Natal há 22 anos e disse que desde pequeno foi incentivado a guardar objetos. “Na França, nós colecionávamos tudo. Isto é algo bastante cultural no país”, disse o estrangeiro ao portal de notícias. Atualmente, Didier está desapegando de sua coleção e estimula as outras pessoas a aderirem ao hobby. “Por isso estou vendendo os meus selos com um preço mais em conta, para que as pessoas comecem a fazer sua própria coleção. Os jovens estão colecionando menos, pois a internet facilitou tudo e as pessoas perderam o interesse”, lamentou.
Um dos objetos raros que ele tem na exposição é uma moeda de 5 euros com o rosto do piloto Ayrton Senna, na qual o Governo de San Marino produziu em homenagem aos 20 anos de morte.
Para quem quer entrar nesse mercado e não sabe como avaliar os objetos, seguem algumas dicas muito importantes :
Estude o item ! Se você tem caixas cheias de objetos ou apenas um item que deseja avaliar, é preciso estudá-lo. O estado geral do objeto pode determinar se ele é muito valioso ou simplesmente inútil. Atente-se a qualquer dano, rachadura, ferrugem, se ele está torto ou tem qualquer tipo de desgaste. Uma lâmpada antiga que esteja bem conservada terá um valor muito maior do que aquela que tiver uma rachadura. Certifique-se de inspecionar o objeto por inteiro para não ter surpresas.
Saber a história do objeto também é essencial. Vá para livrarias ou utilize uma biblioteca ou a Internet para pesquisar o mais profundamente possível sobre a antiguidade que está avaliando. Há diversas histórias de pessoas que doaram ou venderam muito barato algumas antiguidades de valor inestimável para lojas de objetos de segunda mão, simplesmente porque não estavam cientes do valor de suas peças. É importante pesquisar para não ser o próximo protagonista de notícias como essas.
Esteja ciente das tendências atuais do mercado. Alguns guias de preços são atualizados mensalmente, por isso, se estiver usando um guia de preços de 5 anos atrás para determinar o valor do seu item, então você terá uma avaliação extremamente desatualizada do objeto. Muitas revistas de antiguidades têm tabelas de valores de cartões esportivos, moedas e selos que são atualizadas mensalmente, por isso busque o guia de preços mais atualizado possível. Não se esqueça de subtrair algum valor do seu objeto antigo caso ele apresente qualquer tipo de desgaste.
Veja se o objeto é raro. Se não existem muitos itens similares ao seu no mercado, ou ainda se for uma peça única, isso influenciará muito o seu valor de avaliação. Atente-se a marcas em sua antiguidade que a tornem única. Números de série, assinaturas ou certificados de autenticidade facilitam a avaliação.
Finalmente, depois de você já ter pesquisado ao máximo, procure um profissional para avaliar seu objeto antigo. Lembre-se que avaliações online não são 100% confiáveis. de avaliação online porque, uma vez que o avaliador não está olhando o objeto pessoalmente, o valor será altamente impreciso. Pesquise bastante antes de investir em um avaliador, que pode acabar sendo bem pouco profissional.
Quando o assunto é restauração, um a das primeiras questões que aparecem é o valor desse trabalho tão minucioso. Para recuperar itens como quadros famosos e bem cotados no mercado, o custo de uma restauração profissional é, geralmente, de 10% se seu valor integral de venda. Mas para peças sem tanto destaque, o preço das restaurações variam de acordo com o tipo de trabalho que é necessário realizar e da peça em si.
Quem se interessa por antiguidades e gostaria de restaurar os objetos para venda ou para uso, é preciso escolher um local confiável para tal tarefa. O Fifities Restaurações, por exemplo, é especializado em restauração de objetos vintages, da década de 50 e até de carros antigos.
Para quem quer restaurar uma peça mais artística, um bom local é o A Capela Móveis Antigos, que é especializado em mobiliário, espelhos e objetos decorativos. A loja fica na Rua Cardeal Arcoverde, 1285, no bairro de Pinheiros, São Paulo. Além de restauro, o local ainda oferece os serviços de Compra, Venda e Locação de objetos antigos.
Os amantes de restauração podem ainda fazer disso um negócio. Há diversos cursos pelo país. O Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, por exemplo, oferece o curso para conservador/restaurador. Ali, você aprenderá as técnicas para restaurar objetos que possuem valor considerados bens culturais e atuará na conservação e restauração de bens móveis, como livros, manuscritos, pinturas, fotografias, objetos e esculturas. A atividade pode ser exercida com vínculo empregatício em instituições públicas e privadas ou ainda de forma autônoma, com a montagem de um ateliê de restauração independente.
Mais uma opção para quem mora em São Paulo é o centro técnico Templo da Arte, que oferece o curso de Técnico em Conservação e Restauração. Com carga horária de 880 Horas, o curso visa instrumentalizar o aluno para o estudo e a pesquisa em conservação e restauração de obras de arte ou objetos artísticos. O curso também garante o ensino das habilidades específicas técnicas, bem como os conhecimentos teóricos para a realização de trabalhos nas áreas de conservação e restauração de objetos antigos e obras de arte de forma responsável e ética, seguindo as diretrizes, resoluções, as cartas e conselhos internacionais e nacionais.
Para os moradores do Rio de Janeiro, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) tem a opção de graduação em Conservação e Restauração na Escola de Belas Artes da instituição. O curso tem por objetivo criar uma estrutura adequada à formação de profissionais de nível superior capazes de conservar e restaurar o patrimônio artístico e cultural a partir dos mais altos valores éticos e estéticos.
A graduação, que é composta de 8 períodos e de uma diversidade de matérias optativas, tem como meta realizar estudos e pesquisas teóricas referentes à preservação das artes plásticas em colaboração com áreas afins como História e Crítica da Arte. Com isso, você aprenderá as leis do mercado de arte, as práticas de curadoria para exposições e a gestão de negócios relativos à cultura e os conhecimentos de novas linguagens artísticas.
Há muitas teorias que tentam explicar o sentimento único que algumas pessoas experimentam ao colecionar objetos : nostalgia das coisas perdidas, desejo pelo que é raro, apego a símbolos ou o prazer de possuir artefatos históricos são algumas delas. Mas em todos os casos há um denominador comum - o colecionador adora o que faz.
Seja por hobby ou investimento, o colecionismo vem ganhando mais adeptos, popularidade e, consequentemente, abrindo novos caminhos para garimpar antiguidades de diversas formas. Este é um mundo vasto, mas com pesquisa e as informações certas, você poderá adquirir objetos únicos, tanto com alto valor de mercado ou, melhor ainda, alto valor pessoal.
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Autógrafo : essa palavra faz você pensar em adolescentes esperando por um cantor de rock depois de um show ou um atleta depois de um jogo? A palavra "manuscrito" tem para você uma conotação puramente literária? Na verdade, o documento autógrafo é, em sentido amplo, tudo o que é manuscrito (dédicatória, carta, desenho, assinatura, etc), e a coleta dessas raridades é uma busca variada e séria.
Ao contrário da grande maioria dos outros colecionáveis, os documentos autógrafos interessam tanto aos colecionadores particulares quanto às grandes instituições, como museus e bibliotecas do mundo inteiro. Por exemplo, a Biblioteca Nacional da França em Paris ou a Morgan Library em Nova Iorque adquirem com freqüência documentos autógrafos prestigiosos que podem interessar o público durante uma exposição, ou ajudar os pesquisadores a entender melhor um determinado assunto.
Entretanto, documentos autógrafos de qualidade não são inacessíveis para colecionadores particulares com menos recursos: são milhares de pessoas, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, que adquirem apenas uma peça ou formam pequenas coleções interessantes por preços abaixo de R$ 500.
Embora os autógrafos não tenham começado a serem valorizados até o início do século XIX, o desejo de preservar a memória escrita de seus ancestrais ou amigos remonta aos primeiros tempos. Sumérios, egípcios, gregos, hebreus, latinos, copiavam seus mitos, ensaios, obras e leis para preservarem sua cultura. Assim, muitos papiros egípcios enriqueceram os museus europeus: essas riquezas teriam chegado até nós se não houvesse entre os egípcios algum colecionador enterrado, segundo o costume nacional, com seus tesouros?
Em meados do século XV, o uso do papel permitiu a expansão da correspondência e, gradativamente, mantemos as cartas trocadas nos arquivos de família. Mas seria necessário esperarmos até o começo do século XIX para encontrarmos o primeiro colecionador. Em 1822, na França, ocorreu a primeira venda de autógrafos, 550 peças coletadas pelo colecionador Villenave (1762 - 1846). Outros colecionadores famosos como Alexandre Dumas ou a família Bonaparte começaram a formar coleções expressivas.
Escrever tem sido muito importante para a nossa história e continua importante hoje, ainda que métodos mais sofisticados (emails, redes sociais, etc) estejam sendo usados para registrar grande parte de nossas atividades e transmitir muitas de nossas mensagens. Colecionar documentos autógrafos, portanto, é coletar e preservar a História, não apenas a História política, mas a História da arte, da ciência, da música, da literatura, etc. E há considerável prazer e fascinação ligados a possuir uma parte real desta História.
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Heuvath Alquimim está graduando em Conservação-Restauração de Bens Culturais Móveis na Universidade Federal de Minas Gerais.
Além da restauração dos bens culturais móveis e imóveis, o ofício do conservador-restaurador busca a conservação da memória, das tradições e gestos, colaborando para com a permanência desses bens.
Em maioria, instituições governamentais e gestores de coleção particular.
Os bens culturais, sejam eles documentos gráficos ou sob outros suportes e modalidades, reafirmam em sua existência marcos e importâncias, históricas ou de cunho pessoal, que necessitam de cuidados específicos e intrínsecos a cada um deles. Promovendo – um profissional com formação adequada - um melhor tratamento ás obras.
Não, em determinados casos, o processo de restauração pode oferecer riscos a obra, sendo ela – a restauração – um procedimento de último recurso, utiliza-se, então, os métodos de conservação como ferramenta de maior permanência da obra.
Os processos de restauração dependem do estado de conservação da obra, sendo este tempo, modulado e adequado, de acordo as especificidades e necessidades de cada uma. Portanto, não se pode precisar o tempo exato de demora do processo de restauração.
Dentre as diversas ferramentas e equipamentos utilizados em um processo de conservação e restauro de documentos, os consumíveis constituem-se em papéis e adesivos especiais, próprios a procedimentos de conservação-restauro, e equipamentos de segurança pessoal.
A prevenção ou conservação das obras é a operação mais importante para uma coleção, retardando uma possível e futura necessidade de intervenção direta e mais invasiva nas obras.
Após o processo de restauro efetuado em uma obra, deve-se mantê-la sob acondicionamento adequado, em material neutro e estável, a fim de desacelerar sua deterioração natural.
Dentre os trabalhos já realizados, destaco a minha participação como auxiliar de restauro no projeto “Memória do Pão de Santo Antônio”, desenvolvido em Diamantina – MG.
Os principais processos considerados adequados à conservação e restauro de documentos são retratáveis, portanto, caso haja alguma falha técnica durante o procedimento, esta, poderá ser desfeita e reaplicada da forma correta.
Optei por me graduar, visto a importância da salva-guarda dos bens culturais, a necessidade de profissionais capacitados para exercer esta atividade, e inclinações pessoais.
Além das qualidades básicas necessárias a qualquer profissional, o ofício da conservação e restauro de bens culturais móveis requer destreza mecânica, raciocínio metodológico, clareza em diagnósticos, dentre outras.
Curso atualmente o 5º período de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis, pela Universidade Federal de Minas Gerais.
A equipe da coleção Glorias avalia, compra e vende documentos históricos do mundo inteiro. Este acervo excepcional é um patrimônio que vocês, clientes, novos proprietários, devem proteger. É muito importante manter seus documentos em um local protegido, com condições de luz, umidade e temperatura adequadas. Os documentos devem também ser protegidos dos riscos de incêndio, estragos devidos a água e furto. Existem materiais e procedimentos preventivos para garantir a boa conservação do seu acervo.
No documento histórico em questão, foram diagnosticados rasgos, lacunas e fragilidade em diversos pontos do suporte, causados por fatores intrínsecos – ligados diretamente aos elementos que constituem o papel, sua composição, tipo de fibra, resíduos químicos e partículas metálicas – e extrínsecas ao seu material de construção – associados diretamente a agentes físicos e biológicos: manuseio e acondicionamento inadequado, radiação ultravioleta, umidade, poluentes atmosféricos, entre outros.
Tendo em vista os danos identificados, o processo de tratamento adotado para este documento respeita os padrões de conservação. A higienização mecânica foi realizada com uma trincha macia; para os enxertos (complementação de áreas faltantes) e remendos (estabilização e reconstituição de rasgos) foram utilizados papéis especiais e adesivos próprios à restauração. O acondicionamento final foi executado em pasta de papel permanente, estável, com o objetivo de retardar os processos de degradação do papel de suporte do documento.
Tais procedimentos possibilitarão maior estabilidade e longevidade ao documento, uma vez tratado e em condições ideais de guarda.
Graduando em Conservação-Restauração de Bens Culturais Móveis na Universidade Federal de Minas Gerais, Heuvath integra como estagiário a equipe do Museu Vivo Memória Gráfica e Laboratório de História do Livro, projetos desenvolvidos no Centro Cultural da UFMG em Belo Horizonte – MG. Atualmente, vem, também, prestando serviços de assistente de restauração no projeto Memória do Pão de Santo Antônio, em Diamantina – MG.
Esse artigo é oferecido pela coleção Glórias, especialista em documentos autógrafos raros. Avaliamos, compramos e vendemos cartas, manuscritos, livros com dedicatórias ou desenhos de grandes personalidades históricas. Clique aqui para saber mais ]]>O reality show segue caçadores de relíquias, de antiguidades, e os colecionadores Mike Wolfe e Frank Fritz, que viajam ao redor dos Estados Unidos e compram vários itens, seja para revenda para os clientes, ou ocasionalmente para suas próprias coleções pessoais.
Danielle Colby dirige o escritório de negócios da Wolfe, Antique Archeology, a partir de sua sede em Le Claire, Iowa. Mais recentemente em um segundo local, em Nashville, Tennessee, enquanto Fritz vende suas aquisições em sua loja (e em seu próprio site). Os dois homens pegam a estrada depois de uma chamada ou de alguma indicação, parando em lugares que poderiam conter itens que valem a pena comprar. Às vezes voltam mais de uma vez ao mesmo lugar.
Somos caçadores. Nós viajamos pelas estradas secundárias da América querendo comprar ouro enferrujado. Estamos à procura de coisas incríveis enterradas em garagens e galpões das pessoas. O que a maioria das pessoas vê como lixo, vemos como cifrões. Nós vamos comprar qualquer coisa que pensamos que podemos fazer um dinheirinho depois. Cada item que escolhemos tem uma história própria. E as pessoas que encontramos? Bem, eles são uma raça própria !
Wolfe e Fritz exploram casas, celeiros, galpões, dependências e outros lugares onde existem armazenadas antiguidades e colecionáveis. Encontram colecionadores casuais, açambarcadores e, ocasionalmente, pessoas que herdaram coleções enormes do que aparentemente seria considerado lixo. Wolfe tem um interesse particular em motos e bicicletas antigas, enquanto Fritz tem uma predileção por brinquedos antigos. Eles compraram, por exemplo, anúncios antigos e letreiros comerciais, cartazes de cinema, uma bomba de gasolina de 15 litros visivelmente rara e um Ape Piaggio que um de seus amigos disse-lhes ser, provavelmente, o único de seu tipo na América do Norte. Enfim, verdadeiras raridades.
Trato feito é um reality show americano, filmado em Las Vegas, Estados Unidos, onde são narradas as atividades diárias da mundialmente famosa Gold & Silver Pawn Shop, uma empresa familiar que funciona 24 horas, inaugurada em 1989 e operada pelo patriarca Richard "Old Man" Harrison e seu filho Rick Harrison. A série, que se tornou uma da mais seguidas da televisão a cabo, começou em 2009. Ela descreve as interações dos funcionários com os clientes, que trazem uma variedade de artefatos para vender ou penhorar, as discussões sobre o preço e os antecedentes históricos de cada peça. Apesar de joias serem o item mais comumente penhorado na Gold & Silver Pawn Shop, a maioria dos clientes que aparecem nos episódios trazem uma variedade de itens vintage ou antigos para a loja, que tem 12 mil itens em seu inventário.
Cada episódio consiste em segmentos dedicados a cerca de cinco ou seis desses itens, no qual um dos membros da equipe, geralmente Rick Harrison, seu filho Corey ou Harrison pai Richard (conhecido como o "homem velho"), explica a história por trás do objeto. Quando o comprador é incapaz de avaliar um objeto, eles consultam um especialista experiente, que pode avaliá-lo para determinar seu valor, autenticidade e potencial e, no caso de itens que necessitam de reparo, o custo de restauração ou preparação do item para venda. Quem está avaliando o objeto fala sobre o valor potencial com o cliente, incluindo o parecer do perito, quando é dado, muitas vezes intercalando com uma entrevista na qual ele explica a base de sua decisão para o telespectador. Um gráfico de preço no canto inferior da tela fornece constantemente a mudança em dólar da negociação do preço do item. Rick compra itens que necessitam de restauração antes de determinar os custos da restauração, assumindo, assim, um risco maior.
Acho que a resposta está resumida nas linhas da abertura do reality show : "Você nunca sabe o que vai entrar por aquela porta." Isto se refere aos itens trazidos para a loja, é claro, mas também pode se referir ao tipo de comédia familiar, como elementos do enredo são tecidos através de cada episódio. Você nunca sabe o que pode acontecer, coisas patéticas ou você pode ver um velho brinquedo favorito de sua infância ou algo assim. Seja nos Estados Unidos, na Europa ou no Brasil, existem ainda milhares de objetos e documentos históricos ou raros, muito valiosos, a serem descobertos, restaurados e adquiridos por coleções privadas ou públicas.
Há também a história através dos objetos. No Trato Feito, vários especialistas locais e nacionais, em uma variedade de campos, aparecem regularmente para avaliar os itens a serem vendidos ou penhorados quando a família Harrison tem - apesar da sua experiência e cultura - algumas dúvidas. Várias personalidades elogiaram a série por seu elenco e o valor educativo dos itens examinados, chamando-a de "viciante".
Enfim, é muito interessante a negociação entre os vendedores e os possíveis compradores, as pessoas do Trato Feito e dos Caçadores de Relíquias. Os clientes saem com dinheiro na mão, sem grande burocracia, por isso em suas mentes eles estão em melhor situação do que quando entraram pela porta da frente. Venda no eBay, através de leilões ou outro método pode atrasar a venda indefinidamente, se não há compradores. Além disso, Ebay ou outros sites são praticamente automáticos, é difícil negociar e são inúmeros os problemas com pagamento ou envio do produto. Atuar diretamente com o comprador por e-mail, telefone ou mesmo ao vivo apressa e assegura o processo, especialmente se você quiser confiabilidade, profissionalismo e uma boa experiência de uma equipe de especialistas.
Esse artigo é oferecido pela coleção Glórias, especialista em documentos autógrafos raros. Avaliamos, compramos e vendemos cartas, manuscritos, livros com dedicatórias ou desenhos de grandes personalidades históricas. Clique aqui para saber mais ]]>A palavra "autógrafo" é mal compreendida pelo público brasileiro, pois para a maioria das pessoas, é sinônimo exato de assinatura (de um jogador de futebol, de um músico, de um ator de novela, etc.), quando na realidade qualquer papel com a letra de uma pessoa é seu autógrafo, com ou sem assinatura. Neste sentido, "autógrafo" é também um adjetivo : um bilhete, um desenho ou uma partitura musical são todos documentos autógrafos, porque são feitos inteiramente da mão do autor, seja com uma caneta, um lápis ou um pincel.
Na verdade, o que menos interessa ao colecionador de documentos autógrafos são as simples assinaturas (exceto algumas exceções), que trazem pouca informação, além do fato de que o autor é alfabetizado e sabe escrever seu nome. Os autógrafos mais interessantes são, às vezes, aqueles que não são formalmente assinados : notas de um compositor famoso, um rascunho de um grande escritor, o esboço de um artista genial, toda esta documentação privada, que não era destinada a ser divulgada, quase nunca têm assinatura, mas revela a personalidade ou a vida dela, além de suas inspirações, forma de pensar e de criar. Este conteúdo, insignificante para o leigo, marcante para o especialista ou o historiador, é muito mais valioso do que muitos documentos assinados pelos mesmos personagens, mas de conteúdo banal. O que realmente estimula o colecionador de autógrafos é a busca por cartas e documentos com conteúdo importante ou curioso.
É esta busca permanente, extremamente consumidora de tempo e energia, que evoca modestamente a coleção Glórias : procuramos peças raras, raríssimas ou extraordinárias, no Brasil ou no exterior. Tais autógrafos de qualidade são difíceis de achar : são mantidos em instituições públicas ou em coleções privadas, por vezes em baús e armários velhos, fechados há anos... Mas uma mudança de endereço ou o falecimento do proprietário eventualmente revelam as vezes tesouros e enriquecem as vendas, tornando acessíveis aos colecionadores individuais !
Muitos fatores contribuem para o valor de um autógrafo : entre eles a qualidade do conteúdo, o estado de conservação, a procedência, a procura do público pelo autor ou pela temática e o “estoque” disponível no mercado são os fatores mais importantes. Mas existem muitos outros detalhes que podem aumentar ou diminuir significativamente o valor de um documento autógrafo.
Este conjunto de critérios é analisado por pessoas que se tornaram especialistas ao longo de anos de prática, como colecionadores ou marchands. Não existe formação acadêmica para esta disciplina. É preciso rigor e curiosidade para adquirir um amplo conhecimento técnico e histórico. Avaliamos, compramos, vendemos e trocamos peças, erramos às vezes também, analisamos catálogos e observamos o mercado nacional e internacional. Tudo isso faz parte da aprendizagem que – pela grande variedade das personagens interessantes e temáticas – é permanente.
Não, porque mesmo que estes critérios sejam fundamentais, existe também o lado “emocional” do colecionador. Como a obra de um pintor, um documento autógrafo é único, o que explica o entusiasmo e os valores por vezes alcançados em vendas públicas espetaculares, amplamente comentadas pelas casas de leilões e as mídias.
O que justifica que um quadro de Gauguin seja vendido a 300 milhões de dólares ou que uma carta de Abraham Lincoln seja cedida por mais de um milhão, em leilões internacionais ? Evidentemente a qualidade artística, o conteúdo e o perfeito estado de conservação são determinantes. Mas deve-se levar em conta também a determinação do colecionador ao competir com outro(s) e desejando, a qualquer preço, uma peça para sua coleção. Certamente tem algo de irracional nisto, não podemos subestimar o ego e a ambição dos colecionadores.
E os sentimentos do vendedor ? É também algo muito interessante de se analisar. Os documentos autógrafos de qualidade são adquiridos no mercado secundário em leilões, de outros colecionadores, de lojas especializadas (chamadas de marchands), mas também de herdeiros ou pessoas relacionadas a personalidades célebres. Neste mercado primário existe também o fator “emocional” do proprietário. Resignado a vender algo recebido do famoso e admirado parente, marido ou amigo, pode pedir um valor “fora do mercado”, sem ter conhecimento dos critérios objetivos que avaliamos normalmente.
A procura vária muito de um país para outro, até mesmo de uma região para outra. Por exemplo, documentos autógrafos da Família Imperial brasileira são bastante colecionados pelos brasileiros, mas não têm procura na Europa ou nos Estados Unidos. De forma geral, o colecionador é “nacionalista” : caricaturando, um francês vai procurar cartas de Zola ou De Gaulle, um americano vai desejar possuir uma peça assinada pelos irmãos Wright ou de John F. Kennedy e um brasileiro vai admirar Alberto Santos Dumont, Ayrton Senna ou Carlos Drummond de Andrade.
Além dos critérios geográficos, os gostos e interesses evoluem também com o tempo e a sociedade. Tradicionalmente, os reis ou presidentes chamaram sempre a atenção dos colecionadores, mas podemos imaginar que no futuro textos escritos por grandes empresários da internet, ou lideres ambientalistas sejam também muito cobiçados por uma geração de novos colecionadores que cresceu neste mundo de alta tecnologia e de consumo consciente. Estas tendências são difíceis de prever e não podem ser confundidas com modas que acompanham a intensa midiatização de eventos, livros, documentários ou filmes: estas modas são temporárias. Por exemplo, quando o filme sobre a vida do ativista Malcolm X, do diretor Spike Lee, foi lançado 1992, a procura e as cotações dos documentos autógrafos do líder negro aumentaram de forma espetacular ; alguns meses depois, o mercado voltou ao normal.
Em contrapartida, os grandes compositores, pintores, escritores ou cientistas – com fama internacional estabilizada - são sempre muito procurados. Uma vez falecidos, a oferta normalmente se estabiliza, o que determina uma alta constante dos preços ao longo dos anos : Mozart, Picasso, Tolkien ou Einstein pertencem a esta categoria.
Vale lembrar que mesmo para uma mesma pessoa famosa ou temática popular, a procura varia também em função da data ou do local de redação de um documento autógrafo. Alguns momentos da vida de uma personalidade são – de um ponto de vista histórico ou biográfico - mais importantes e interessantes do que outros.
De forma geral, a lei da oferta e da procura é favorável ao mercado dos autógrafos : tem cada vez mais procura e menos peças disponíveis no mercado, principalmente porque o uso de caneta e papel tende a ser menos comum.
Os motivos pelos quais se tornam raros os autógrafos de determinado personagem são os mais variados.
Em regra geral tendem a ser menos comuns os documentos mais antigos, que tiveram que enfrentar vários séculos para chegar até nós. Por exemplo, não se encontra mais documentos do século XVI relativos ao descobrimento do Brasil.
A duração da vida da personalidade também influi decisivamente na raridade de seus autógrafos e correspondências. O arquiteto Oscar Niemeyer, que morreu aos 105 anos teve, certamente, uma intensa correspondência pessoal e profissional.
Mesmo que tenha vivido uma longa vida e tenha escrito muito, um autor (ou seus herdeiros) pode ter doado a maior parte de seus papéis para uma biblioteca, um museu ou uma universidade, criando naturalmente uma escassez de seus documentos autógrafos no mercado. É errada a crença popular de que quando uma pessoa famosa vem a falecer, sua produção escrita valoriza-se ou torna-se mais rara, teoricamente porque esta pessoa não pode mais escrever. Na verdade, acontece exatamente o contrário. Amigos ou familiares que conservaram as cartas, que tinham medo de ofender o autor ao vendê-las, desfazem-se de suas correspondências após sua morte. Alguns documentos ficam também “perdidos” ou esquecidos em baús e, um dia, reaparecem por ocasião de uma mudança ou reforma de uma casa, podendo ressurgir alguns meses depois no mercado e influenciar as cotações.
Infelizmente, catástrofes naturais ou incêndios, como o que atingiu recentemente parte do acervo de uma grande biblioteca na Rússia, como os de grupos religiosos extremistas, no Oriente Médio, ou o simples descaso dos descendentes, indisponibilizam também – e definitivamente - papéis ou arquivos de grande importância.
Finalmente, existem alguns artistas cujas cartas são realmente raras, como Van Gogh ou Bach e, certamente, qualquer documento de um dos antigos mestres são extremamente difíceis de encontrar.
O conteúdo é o fator que determina fundamentalmente o interesse de uma peça manuscrita. Assim, a carta de um simples soldado, contando sobre a batalha de Waterloo, vale muito mais que uma carta de Napoleão de conteúdo banal. A grande maioria das cartas e documentos trata de assuntos irrelevantes ou de rotina, mas ocasionalmente surgem autógrafos cujo texto é altamente significativo para a história ou para a biografia de seus autores - e são estes os mais procurados.
A maioria dos colecionadores procura cartas inéditas em que o escritor descreve um evento que está intimamente associado com a fama do autor. Consequentemente, as cartas de Napoleão sobre a preparação para a batalha, de Mozart sobre a composição de uma ópera, de Einstein ao discutir a relatividade ou de Hemingway sobre a escrita, são muito procuradas.
Mas uma carta pode ser também interessante quando uma personagem histórica narra ideias, opiniões, sentimentos, paixões, ambições, esperanças, tristezas, alegrias, amor, traços de humor, etc., que revelam sua personalidade. Por exemplo, uma carta de Pelé escrita por ele, quando Ministro dos Esportes, durante uma viagem internacional.
Quando o autor de um documento autógrafo, o destinatário e/ou um terceiro mencionado no texto são notáveis, um autógrafo pode tornar-se bem mais interessante. É o que os americanos chamam de “associação”.
Ao final, é o julgamento da importância ou o sabor deste conteúdo que diferencia os colecionadores, esta capacidade de identificar uma informação interessante negligenciada por outros, por descuido ou ignorância.
Durante muitos anos e diferentemente da maioria das coleções, a condição era provavelmente a questão menos importante ao comprar ou precificar autógrafos. Uma excelente carta de conteúdo escrita por Jefferson era apenas um pouco menos valiosa se ela não estivesse em boas condições. Por outro lado, o preço de uma carta de J. Edgar Hoover teria um valor baixo, mesmo que estivesse em bom estado.
Fotografias e livros assinados precisam estar na melhor condição possível, porque são dois mercados oferecendo múltiplos objetos idênticos que se diferenciam pela aparência. Mas, nos últimos anos, o nível de exigência dos colecionadores de autógrafos aumentou também. Um documento com um conteúdo interessante, mas apresentando imperfeições, pode ser muito desvalorizado.
Um papel fragilizado, dobrado, rasgado, manchado (sujeira, umidade), amarelado pelo tempo, com a tinta descolorida, com buracos de insetos, ou outras imperfeições, especialmente se o texto e a leitura forem afetados, são características que desvalorizam um documento na maioria dos casos.
Porém, como para o conteúdo, o colecionador não pode ser exigente com documentos históricos extremamente raros e preciosos. Existem também possibilidades de restauração que podem (mas nem sempre) melhorar o estado do documento.
Outros elementos podem valorizar um documento autógrafo.
- Cartas manuscritas são mais cotadas do que cartas datilografadas, exceto quando contém anotações ou entregam uma informação importante.
- Se o seu texto cabe em uma página ou em duas páginas separadas, torna-se mais fácil de expor e então é mais procurado.
- Se a assinatura é legível e completa.
- Detalhes decorativos ou estéticos podem agregar valor : uma bela caligrafia, um papel de grande qualidade, um carimbo, um cabeçalho, um filigranne ou um pequeno desenho por exemplo, como este "coração" desenhado nesta carta de Muhammad Ali.
Se alguém pode provar que um documento veio da coleção de uma pessoa famosa ou foi usado como um fac-símile de um livro de referência bem conhecido, então ele pode ser de algum valor financeiro adicional. Malcolm Forbes, Stephen Sweig e Johannes Brahms eram todos os colecionadores de autógrafos e qualquer coisa proveniente de suas coleções com certeza acrescentaria.
São também apreciadas fotografias, recortes de jornal ou cartas explicativas de antigos donos, enfim, documentos secundários que acrescentam informações adicionais ao documento principal, como a carta explicativa que acompanha uma dedicatória de Blaise Cendrars.
Esse artigo é oferecido pela coleção Glórias, especialista em documentos autógrafos raros. Avaliamos, compramos e vendemos cartas, manuscritos, livros com dedicatórias ou desenhos de grandes personalidades históricas. Clique aqui para saber mais]]>
A dedicatória constitui-se de algumas palavras ou algumas linhas redigidas por um autor, na primeira página ou no final de um livro. O escritor mostra, assim, seus sentimentos de gratidão para alguém que comprou seu livro ou valoriza uma amizade, um parente, um amor ou mesmo um colaborador que - geralmente - contribuiu de alguma forma para a realização da obra. Ela pode ser impressa junto com o livro ou personalizada depois, manuscrita. Mesmo se a forma mais comum dela se refere a livros, podemos considerar que fotografias, CDs ou até obras de arte podem ganhar umas palavras escritas por um artista. Na realidade, ela é um presente, uma forma de reconhecimento.
Escritores, seus editores e livrarias organizam eventos onde o autor realiza dedicatórias para seus leitores, normalmente no lançamento de um novo título. É uma prática comum escritores dedicarem seus romances, livros de fotografias ou mesmo desenhos e histórias em quadrinhos.
Esta tradição tem um objetivo comercial e parece benéfico para todos : a livraria atrai mais visitantes, o autor vende muitos livros de uma vez e o próprio leitor volta para casa com o livro personalizado, pelo mesmo preço. É também uma oportunidade rara para o autor e seus leitores de estabelecerem um contato, trocarem ideias, fazerem e receberem elogios ou criticas, perguntarem ou comentarem sobre a temática abordada no livro.
Alguns escritores são nacionalmente ou internacionalmente famosos e estes eventos acolhem centenas de pessoas em um clima de histeria ! Fora destes eventos, é possível também escrever diretamente para o autor e pedir uma dedicatória, alguns autores respondem pessoalmente, outros através de um assistente.
A dedicatória é a estrela das feiras de livro, no mundo inteiro. Nesses eventos, milhares de autores cumprem o ritual, durante todo o fim de semana, rompendo com a vida diária de um escritor - acostumado a enfrentar, sozinho, sua folha de papel ou uma tela de computador - para ir ao encontro de seus leitores.
"Estes encontros com nossos leitores criam um vínculo, porque a escrita é um exercício de grande solidão", diz um escritor. Para o leitor, estas palavras que ele consegue depois de alguns minutos (ou horas) de espera, representa uma ligação furtiva do leitor com o escritor, com quem ele se identifica devido às suas ideias. Mas este encontro não é sempre tão romântico : muitos leitores esperam pacientemente para trazer para seus parentes um livro assinado pelo escritor favorito e se limitam a verificar que o escritor escreveu o que eles realmente queriam, do tipo "Para Marie Claire, que leu todos meus livros, muito obrigado”.
Alguns escritores, acostumados a essas sessões de dedicatórias em cadeia, preferem usar pequenas frases padronizadas, mas confessam que gostam mais de ter mais ter tempo com os leitores, para trocar ideias, conhecer melhor seu público e, ao final, entregar uma dedicatória personalizada. Não é fácil ser original, sem saber nada do leitor. Existem escritores mais originais, mais observadores, que gostam de improvisar conforme as circunstâncias. Alguns, que gostam mesmo do exercício e deste contato com o público, fazem questão de realmente personalizar cada assinatura : por exemplo, um autor francês e famoso de livros infantis acrescenta sistematicamente um desenho, porque "dá um valor emocional adicional e fideliza o leitor".
No mercado dos autógrafos, a qualidade do conteúdo é determinante para definir o valor de uma peça : a dedicatória não escapa a esta regra. Por este motivo e, por serem curtas, as mais cobiçadas não são aquelas destinadas a anônimos, mas sim aquelas imaginadas espontaneamente pelo autor para seu circulo de parentes ou amigos, colegas escritores, artistas ou cientistas, políticos, lideres da igreja ou mesmo Deus. Idealmente, o autor e o homenageado são, ambos, pessoas famosas. É o que os colecionadores chamam de "associação": um escritor para outro escritor, um politico para um adversário, um pintor para um fotografo, etc.
Se ela tem um pensamento ou uma citação literária, a dedicatória adquire outra dimensão. E um pequeno desenho do autor pode transformar algumas linhas manuscritas em uma peça rara. Mas a maioria é misteriosa, difícil de entender ou interpretar sem ter intimidade com a vida pessoal do escritor e do destinatário. Quem pode entender facilmente o enigmático "Madame Z." de Jean-Paul Sartre em seu romance "Les Mots" ? Enfim, outros fatores influem no valor destas linhas manuscritas : quando o livro é importante, em excelente condição, uma primeira edição, ela torna-se um documento autógrafo muito procurado.
Algumas pessoas ilustres costumam mandar uma fotografia com uma dedicatória para seus admiradores. A partir dos anos 1860, com a propagação da fotografia, as pessoas começaram a trocar fotografias em formato de cartão de visita. Foi nesta época que surgiu a ideia de pedir assinaturas em fotos, combinando imagem e manuscrito e fazendo nascer uma nova categoria para o autógrafo. Neste caso, para poder apreciar a fotografia e a assinatura com apenas um olhar, os autógrafos feitos na frente da fotografia (e não no verso dela), são geralmente as mais procuradas.
Ao contrário do que muitos imaginaram com a popularização de novas tecnologias, ainda se vendem muitos livros de papel, garantindo muitas belas dedicatórias para o futuro. Paralelamente, as obras digitais, que podem ser baixadas pela internet e lidas em um computador, tablet ou mesmo smartfones estão seduzindo um público cada vez maior, mas parecem completar o mercado dos livros de papel, ao invés de competir. Portanto, para esta categoria de livros virtuais, como escritores, leitores e colecionadores vão poder perpetuar a tradição da dedicatória ? Existem iniciativas como http://dedeecation.com, que pretendem oferecer para os autores a possibilidade de realizarem dedicatórias digitais... mas teria o mesmo charme e interesse para o colecionador ?
Esse artigo é oferecido pela coleção Glórias, especialista em documentos autógrafos raros. Avaliamos, compramos e vendemos cartas, manuscritos, livros com dedicatórias ou desenhos de grandes personalidades históricas. Clique aqui para saber mais ]]>Os salões e os leilões dedicados aos desenhos antigos e contemporâneos, que acontecem no fim de março, em Paris, são ótimas oportunidades para conhecer esse tipo particular de arte, que requer um profundo conhecimento artístico. Muito mais baratos que as pinturas, atraem cada vez mais amadores de objetos antigos. A consequência : os preços disparam.
Com dezessete anos de existência, o Salão do desenho, que acontece entre 9 e 14 de abril, tornou Paris a capital mundial do mercado de obras em papel. Acompanhado pelo Salão do desenho contemporâneo, depois por uma das feiras “off” (oficiais) da FIAC (Feira Internacional de Arte Contemporânea), Slick, que organiza um evento com esse tema, ele atrai para Paris colecionadores, curadores e investidores do mundo inteiro. Dúzias de museus aproveitam para divulgar suas melhores obras. As casas de leilão não ficam atrás : Christie's, Tajan e Artcurial realizam suas vendas especiais.
Até mesmo Louis-Antoine Prat se surpreendeu. Junto de sua esposa Véronique, ele reuniu uma coleção de desenhos antigos franceses, dos séculos XVII ao XIX, que de tão importante recebeu o reconhecimento de museus franceses e americanos. Historiador de arte, leciona na “École du Louvre”. Ele se questiona, alegrando-se, o que significa esse entusiasmo : “Entre os salões, as galerias que se aproveitam da situação e as casas de leilão, vamos expor nessa semana cerca de 3000 pinturas. Não sei a quem eles esperam vender tanto”. Isso, pois os colecionadores de desenhos antigos são um clube restrito, por volta de quarenta na França e algumas centenas pelo mundo.
O valor de um desenho reside em ser uma obra única em papel, elaborada de uma só vez, retratando o talento do artista : podem ser feitas a lápis (grafite), tinta (mistura de água, pó de carvão e goma arábica), sépia (material marrom produzido por algumas espécies de lula), carvão (carvão vegetal), sanguínea (tinta de cor avermelhada), esfuminho (rolo apertado de material absorvente), pedra negra (traço grosso e realces brancos), lavis (uma só cor diluída), pastel (em bastão), aquarela (pintura diluída em água), croquis, esboço, traços, desenhos preparatórios...
Existem muitas características que influenciam a qualidade e o valor de uma obra, e ainda mais variáveis que fazem com que os desenhos raramente possuam assinatura, além de que muitas vezes ela é mal autenticada, feita por um pupilo. É fácil confundir o traçado de Quillard com o de seu mestre Watteau, por sua vez discípulo de Gillot, ao passo que esses artistas colaboravam entre si. Porém, um estudo do primeiro é estimado em 7.500 euros, enquanto um do segundo gira em torno de 120.000 euros e um do terceiro, por volta de 40.000 euros. Logo, o trabalho de um especialista se mostra essencial, sendo sempre uma atitude sábia consultar um antes de realizar uma compra.
Além da assinatura certificada do artista ou do carimbo de seu atelier, a qualidade da execução, o tema tratado, a natureza da obra e o estado de conservação também estão entre os critérios do valor de um desenho. Os mais visados são ilustrações preparatórias de alguma obra renomada : esses podem ultrapassar a casa dos milhões de euros. O que não é o caso da imensa maioria, que, por sua vez, também é submetida aos efeitos da moda. Para a arte antiga, quadros e monumentos são os mais procurados (portanto 20% a 40% mais caros) que os de temática religiosa ou de festas galantes. Mesmo sendo possível encontrar pinturas antigas (a grande maioria), modernas (pouco comuns nos anos 1950) e contemporâneas (uma nova geração vem sendo produzida) a partir de 100 euros, a maior parte dos desenhos estimados são negociados entre 1.000 e 5.000 euros, enquanto os trabalhos mais notáveis ultrapassam 10.000 euros. Ainda assim, custando de 10 a 200 vezes menos que uma obra do mesmo artista.
Ao contrário dos colecionadores de pinturas ou esculturas, acostumados com lances de milhões, o amador que coleciona desenhos é como um jovem simpático. Um jeito inocente, como o do filatelista. Uma ocupação também erudita e modesta : os detalhes tornam necessário o uso de óculos e até mesmo de lupas. Arrogante, o quadro se impõe a ele, de longe. Para um desenho, é preciso se inclinar. O colecionador é frequentemente um principiante : com preços ainda razoáveis, os desenhos antigos geralmente se tornam a passagem para a coleção de pinturas. “Meus meios não me permitiam colecionar quadros de grandes mestres, explica Louis-Antoine Prat, debruçado sobre um delicioso Watteau. Mas seus desenhos, sim”. Sua coleção, da qual parte foi doada ao Museu do Louvre, sob o direito de usufruto, “não custava mais que uma única pétala dos Lírios de Van Gogh”, escreveu em um artigo.
Os ponteiros do tempo se moveram e, com eles, a moda também. Aquele bom e velho desenho, que parecia estar condenado a um lento declínio, hoje vê os colecionadores de arte contemporânea mais sensatos cada vez mais interessados por ele. Para Gregory Rubinstein, diretor do departamento de desenhos de mestres antigos de Sotheby's, os recém-chegados ao mercado de leilões são atraídos por esse tipo de obra, pois se trata da expressão de um trabalho mais íntimo e espontâneo, uma espécie de “projeto em desenvolvimento” que não apresenta o aspecto concluído – e, como consequência, acadêmico – de um quadro do século XVIII. Esse é o motivo pelo qual os leilões de desenhos antigos atraem uma clientela pronta a investir importantes somas de dinheiro.
Já faz trinta anos que os desenhos antigos, julgados frágeis pelos curadores de museus, permanecem armazenados nos estoques. Isso explica o porquê dessa expressão artística ter se mantido discreta em um mercado de arte em plena expansão : os grandes colecionadores eram poucos, eruditos e afortunados, geralmente de idade avançada e sem interesse em expor suas obras. Hoje em dia, porém, o mercado mudou seu status. Museus expõem suas obras ao grande público. Mas foi sobretudo o leilão Von Hirsch no qual, em 1978, em Londres, um desenho de Dürer foi avaliado, para a surpresa dos especialistas, com o preço recorde de 650.000 libras, seguido rapidamente de outros leilões milionários, que provocou um entusiasmo mundial pelo desenho.
O Museu Getty, na Califórnia, também revolucionou a situação. Sr. Prat conta, na revista “Revue de l'art”, como um jovem empregado desse museu, George Goldner, em 1981, convenceu seus superiores de que, se a obra pintada dos mestres era bastante conhecida, o corpus de seus desenhos ainda precisava ser explorado. Logo, o museu americano se pôs a realizar compras em massa, resultando em um estouro nos preços e no conhecimento : “Em trinta anos, a multiplicação de catálogos, teses, pesquisas, causou um maior progresso na história da arte do que em um século”, disse Sr. Prat. O Salão do desenho apoiou o esforço realizando um colóquio que teve os desenhos de escultores como tema para esse ano.
Segundo os destaques do site ArtPrice, a cotação dos desenhos antigos também dobrou entre 1992 e 2002. Excetuando a queda (-27%) relativa à especulação de 1987, os preços aumentam com regularidade entre 3% e 8% ao ano. Em 2012, o mercado mostrava-se promissor, tanto que os colecionadores mais jovens e menos ricos passaram a ser seletivos, pois um desenho pode apresentar diferentes técnicas, menos ou mais apreciadas.
O desenho contemporâneo é um mercado embrionário : por volta de 14% dos 61.000 desenhos espalhados pelo mundo a cada ano são feitos por artistas em atividade. A cotação também progride : ainda segundo o ArtPrice, ela é de 52% em um ano para os artistas nascidos após 1945, contra 70% para a pintura. Além disso, os preços são acessíveis. ArtPrice cita um dos artistas mais caros do mundo, o britânico Damien Hirst. Frequentador de leilões milionários, em 2007 viu um de seus desenhos ser vendido em Christie's por 4.200 euros. Sendo que frequentemente são encontradas obras em papel de grandes nomes da arte francesa, como Blais, Combas, Hyber, di Rosa ou Cognée, por valores entre 1.000 e 5.000 euros.
Em 26 de março, uma quinta-feira, às 18 horas, acontece no Drawing Now uma mesa-redonda entitulada “Como dar vida a uma coleção de desenhos ?”, animada por Guy Boyer, diretor de redação da revista “Connaissance des Arts”, com Véronique Souben, diretora do “FRAC Haute-Normandie” (Fundo Regional de Arte Contemporânea da Alta Normandia), Gilles Fuchs, presidente da “ADIAF” (Associação para a Difusão Internacional da Arte Francesa), Benjamin Peronnet, diretor internacional do Departamento de desenhos antigos e do século XIX da galeria Christie's e Aurélie Deplus, responsável pela seção de patrocínio artístico do banco “Société Générale”. O evento enche a casa. A mesa-redonda aborda as quatro etapas pelas quais uma coleção passa: constituição, conservação, apresentação e transmissão.
Segundo Benjamin Peronnet, um dos problemas referentes ao desenho antigo é a rarefação da oferta, o que torna difícil a constituição de uma grande coleção dedicada a um só domínio, como um período ou uma escola. Essa tarefa, no entanto, cabe aos FRAC, cujas coleções possuem quase 30 anos, como lembra Véronique Souben. Ela explica que orienta as aquisições da instituição, junto de seus quatro colegas do comitê de seleção, priorizando as obras que possam completar as coleções já iniciadas.
Gilles Fuchs, enquanto colecionador, afirma não temer diversificar seu acervo, embora seja muito apegado ao papel como suporte, mais frágil, sensível e íntimo. Além disso, com exceção de alguns artistas, o desenho é bem mais acessível que a pintura e a escultura. Trata-se de um bom começo para um colecionador iniciante. Gilles Fuchs, como Véronique Souben e Aurélie Deplus, admite comprar principalmente nas galerias, que normalmente conhecem bem os gostos e anseios de seus clientes. No “Société Générale”, a coleção teve início há 20 anos para decorar novos espaços em “La Défense” (A Defesa), um centro de conservação, dinamização e aquisição de coleções estabelecido em 2003 - com um orçamento anual de 300.000 euros para aquisições. São frequentes as atividades de mediação cultural.
A conservação varia de acordo com a instituição ou estabelecimento. Os FRAC não dispõem dos recursos dos museus, e Véronique Souben prefere divulgar as obras ao máximo, seguindo o interesse do artista, e sempre tomando precauções. A princípio, após uma exposição, um desenho antigo deve ser resguardado durante três anos. Gilles Fuchs contenta-se em armazená-los em arquivos e consultá-los de tempos em tempos. Eles devem ser protegidos da luz. Muitos se encontram em péssimo estado, o que diminui seu valor, exceto para os puristas, explica Benjamin Peronnet. A restauração por imersão funciona bem para obras em grafite e em carvão, mas muitas vezes sua intensidade é comprometida. No “Société Générale”, duas pessoas são responsáveis pela restauração dessa coleção ainda muito jovem.
Aurélie Deplus explica que o objetivo da coleção do “Société Générale” é, antes de mais nada, a exposição nas agências e para o público. As obras se revezam e, as que não são exibidas, podem ser emprestadas a museus. A coleção também é disponibilizada na Internet. De acordo com Véronique Souben, esse é o mesmo caso dos FRAC : os editores são temerosos no que concerne à edição dos catálogos. A Internet acaba por se tornar uma das melhores opções. No entanto, esse é um trabalho árduo, pois se faz necessário obter todos os direitos autorais.
Gilles Fuchs não tem, especificamente, a ambição de criar uma fundação : seus filhos devem poder decidir o destino de seu acervo. Aurélie Deplus, ao contrário, afirma que o “Société Générale” não pretende vender nenhum item de sua coleção, mas justamente o oposto : ele deseja aumentá-la. Isso levanta a questão da inalienabilidade das obras dentro de instituições públicas, que Véronique Souben defende energicamente. Até mesmo a venda de obras de menor importância para a aquisição de outras mais interessantes pode constituir uma ameaça para a história da arte. É imprescindível preservá-las para que não desapareçam.
Então, como é possível para Peronnet realizar seu trabalho ? Ele recorre à regra dos três Ds : divórcio, decesso e dívidas. Muitas vezes os herdeiros sofrem uma certa angústia por não saberem como conservar uma coleção importante e acabam decidindo vendê-la - uma liberdade que Gilles Fuchs pretende deixar a seus filhos. É interessante notar que, de acordo com Benjamin Peronnet, 90% dos desenhos antigos são vendidos por menos de 10.000 euros, enquanto os 10% restantes atingem altos montantes, na casa dos milhões.
Criado em 1991 por um grupo de comerciantes parisienses, o Salão do desenho reúne no Palácio Brongniart trinta e seis galerias (17 francesas e 19 estrangeiras) dos melhores da profissão, que expõem mais de 1000 desenhos da Renascença a 1970, ilustrando as escolas francesas, italianas, alemãs, britânicas ou do Norte. www.salondudessin.com
Em sua segunda edição, o Salão do desenho contemporâneo aconteceu em um imóvel do bairro Saint-Augustin. Ele reuniu 55 galerias, cada uma em um apartamento, exibindo obras de 1948 aos dias de hoje. www.salondudessincontemporain.com
Possuindo uma configuração modesta, com 9 exposições em 300 m², a Slick Dessin apresenta, em um imóvel na Rue de Richelieu, a dois passos do Salão do desenho, as obras de três jovens artistas. www.slick-paris.com/dessincontemporain
Sempre o mesmo, mas sempre renovado. O sucesso do Salão do Desenho comprova o dinamismo do mercado de arte parisiense, uma vez que, pelo menos, cinco jovens galeristas franceses expõem pela primeira ou segunda vez no “Palais de la Bourse”. A continuidade está garantida, pois muitos dos “veteranos” estão sempre lá, e há muito se espera por eles. Para alguns, trata-se de uma dinastia, como é o caso da galeria Prouté ou da galeria Bayser, que havia cedido mais de uma dúzia de desenhos desde a noite de inauguração. Ainda que algumas das vendas já estivessem relativamente concluídas antes da abertura do Salão, todos os galeristas que entrevistamos - inclusive os “jovens” sobre os quais comentamos - se mostraram muito satisfeitos, não somente pelas várias obras vendidas, mas também devido à importância dos visitantes. De fato, era possível ver, lotando os espaços, todos os colecionadores e curadores que importam para o mundo do desenho.
Ainda que as obras do século XX sejam numerosas, a especialidade do Salão continua sendo o desenho antigo e o do século XIX. Essa tradição é respeitada não somente graças a certos comerciantes já citados anteriormente, como também por obra dos “habitués” (frequentadores habituais), sejam parisienses, como as galerias Didier Aaron, Jean-François Baroni, Coatalem, Talabardon & Gautier, Terrades; ou londrinos, como as galerias de Jean-Luc Baron, Day & Faber, Bellinger-Colnaghi ou Stephen Ongpin; nova-iorquinos, como Pandora Old Masters, Mark Brady e Jill Newhouse; ou ainda galerias alemãs ou espanholas, igualmente frequentadoras do Salão (Arnoldi-Livie, Thomas Le Claire, Martin Moeller, Arturo Cuéllar…). Essa enumeração não exaustiva - não mencionamos as galerias especializadas no século XX, mas poderíamos citar também o belga Patrick Derom, que regularmente apresenta belas obras simbolistas - demonstra o caráter internacional dessa manifestação.
Ela também representa um encontro para a história da arte : além de ser um colóquio tradicional, com meio dia de duração, consagrado pelo segundo ano consecutivo a desenhos de arquitetos (as atas do anterior acabam de ser publicadas), cada edição dá espaço a uma exposição de obras provenientes de uma coleção pública ou privada.
Neste ano, é a Biblioteca Nacional da França, junto a uma comissão de Marc Le Coeur e a participação de Barbara Brejon de Lavergnée, que exibe cerca de quarenta desenhos arquitetônicos dos séculos XVI ao XX. Pouco se sabe, na verdade, que entre as maravilhas conservadas na Rue de Richelieu, encontra-se uma coleção de vários milhares de obras compradas ou oferecidas pelos maiores arquitetos.
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Entrevistas com uma estudante em paleografia e uma especialista do ramo.
A paleografia é a ciência da decifração dos manuscritos e tem por objetivo capacitar a leitura e transcrição de documentos e livros. Segundo Ana Regina Berwanger e João Eurípedes Franklin Leal, a paleografia “pode ser considerada arte ou ciência. É ciência na parte teórica. É arte na aplicação prática. Porém, acima de tudo, é uma técnica”. Técnica que exige talento e prática.
A leitura de documentos manuscritos torna-se um desafio no mundo contemporâneo, em que estamos acostumados a lidar com a circulação dos impressos e com o texto eletrônico.
Nos últimos anos, a paleografia assumiu uma importância imensa, não só dentro da universidade, mas na sociedade em geral. Ainda que a paleografia seja uma disciplina rigorosamente científica dentro das grades curriculares de alguns cursos, seu campo de ação tradicional se ampliou.
É necessário que o paleógrafo (pessoa que se dedica a paleografia ou tem habilidade em leitura paleográfica) utilize critérios para fazer a leitura de manuscritos, a fim de produzir transcrições mais fidedignas possíveis. A paleografia decifra os sinais gráficos do texto (letras, números, abreviaturas, etc) ou seja, os caracteres extrínsecos do texto. No entanto, a paleografia constitui-se como ciência bastante relevante para a crítica textual, uma vez que auxilia na fixação da forma genuína de um texto para o que precisa-se decodificar a escrita em que seus testemunhos são lavrados (Cambraia, 2005, p. 23-24).
Para ler corretamente e transcrever o documento Ipsis litteris, como é o indicado, é preciso entender a lógica de produção desses manuscritos e sua sociedade. Ler, interpretar, contextualizar e refletir, é o que se espera do paleógrafo. O objetivo de se transcrever nas normas é padronizar as transcrições paleográficas, para uniformizar as mesmas e facilitar as pesquisas.
Meu nome é Ana Caroline Carvalho Miranda, sou graduada em História pela Universidade Federal de Ouro Preto, atualmente faço mestrado acadêmico pelo Programa de Pós-graduação em História da mesma instituição, com ênfase em História de Minas Gerais no período colonial. Tenho experiência em Paleografia do século XVIII, XIX e XX.
Tive contato com a paleografia pela primeira vez em 2012 através de uma pesquisa acadêmica de iniciação científica na universidade. Trabalhei com manuscritos do século XVIII do arquivo da Casa Setecentista de Mariana - MG, num projeto sobre a presença dos africanos em Mariana. Logo em seguida, continuei a pesquisar sobre documentos da mesma natureza, mas para a localidade de Pitangui que foi outra vila da Capitania de Minas Gerais no século XVIII. Em 2015 entrei no mestrado, minha pesquisa é sobre o mesmo tema do projeto sobre Pitangui e ampliei o recorte temporal até o início do século XIX, utilizando mais tipologias de fonte além das notariais. Como podem perceber, minha trajetória é como historiadora e arquivista. Dentro destes dois campos de estudo, por ter tido acesso a variada gama de documentos, me interessei também pela paleografia, e desde então realizo trabalhos para o público geral que precisa de transcrições de manuscritos.
O paleógrafo é aquele que realiza a leitura, transcrição e compreensão de manuscritos do período antigo, medieval, moderno e contemporâneo. O paleógrafo também participa ativamente do processo de análise da construção linguagem escrita durante os anos, suas modificações e o que se conserva. A paleografia é um instrumento analítico do documento histórico, e por isso devemos estar atento à datação, à procedência, à autenticidade e aos aspectos de construção da fonte. Pode ser também utilizada por outras ciências.
Me identifico e gosto do trabalho de paleógrafa principalmente por amar História. É muito instigante desvendar o que possivelmente aconteceu em determinado tempo no passado. É um ofício esclarecedor e um dos mecanismos mais importantes atuais para investigar e resgatar as ações dos homens no tempo.
Um bom paleógrafo tende a instruir-se sobre o ofício que realiza por meio das principais obras que tratam a paleografia e a diplomática. Da mesma forma, estuda a forma de escrita do período escolhido, a natureza da fonte a ser analisada e e identifica os documentos falsos e verdadeiros. O paleógrafo precisa fazer a ponte do leitor ao texto antigo de forma clara.
Realizo trabalho de transcrição de documentos oficiais e pessoais/particulares de diversas tipologias, sob pedido por meio do meu contato : anacarolinec625@gmail.com
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O papel tem uma história rica que percorreu diversos países e suas culturas, além de ter uma importância essencial e inquestionável no desenvolvimento da sociedade. Para traçar sua evolução, é preciso ter uma abrangente visão sobre os incansáveis esforços e criatividade humana, responsável pela produção de diversos tipos de papéis antigos até a criação do papel que conhecemos hoje.
Graças à maravilhosa criação do papel, muitas recordações e história de outras épocas foram armazenadas para que seja possível ter informações de como eram as sociedades em tempos passados. O papel foi usado para muitas finalidades e não apenas da literatura, mas para os planos de guerra, a criação das cédulas de dinheiro, e, claro, para possibilitar a escrita na forma física durante centenas de anos. Se você estiver imprimindo um arquivo online ou simplesmente escrevendo uma carta de amor, o papel é vital para a organização pessoal, das empresas modernas e da economia, bem como para fins de entretenimento, como revistas e jornais.
Quando pensamos sobre as origens do papel, nossa mente poderia voltar há mais de 5000 anos para o vale do rio Nilo, no Egito, onde foi criado o famoso papiro, uma espécie de antecessor do papel. Foi lá que a planta aquática chamada Cyperous Papyrus floresceu e os egípcios cortavam tiras finas do caule da planta e suavizavam-na nas águas barrentas do rio Nilo. Essas tiras eram então mergulhadas de maneira que formavam uma espécie de esteira.
O tamanho variava entre 12,5 x 12,5 cm e 22,5 x 37,5 cm. As “folhas” eram unidas entre si, formando rolos de 6 a 9 metros, ainda que tenham sido encontrados rolos com mais de 40 metros de comprimento. Esse “tapete” era, então, batido em uma superfície plana e deixada ao sol para secar. As resultado do processo criava um material ideal para escrever sobre. Como era leve e portátil, tornou-se o meio de escrita escolhido pelos egípcios, gregos e romanos para fins de registro, textos espirituais e obras de arte.
Embora as folhas de papiro sejam semelhantes às do papel em termos de função, sua textura e forma final não eram exatamente como o papel que conhecemos hoje. Processos semelhantes foram desenvolvidos em outros locais do mundo. Na América Central durante o século II d.C., os Maias produziam um produto similar feito da casca interna de figueira (Ficus), chamados Kopo em Maya e hoje vulgarmente conhecido como papel amate. Nas Ilhas do Pacífico, um tipo papel foi criado por bater uma fina casca de árvore sobre troncos de forma especial e o produto final era usado para fazer roupas e objetos rituais. No entanto, nenhuma destas folhas se qualificaria como o verdadeiro papel de hoje.
O papel em sua forma como conhecemos hoje vem de outro local: a China. Em 105 D.C., o eunuco T'sai Lun (também conhecido como Cai Lun) fez experiências com uma grande variedade de materiais e refinou o processo de maceração da fibra de cascas de amoreira, pedaços de bambu, rami, redes de pesca, tecido e cal para ajudar no desfibramento das plantas.
As fibras e materiais individuais eram misturados com água em uma grande cuba e, em seguida, a tela ficava submersa na cuba, sendo possível pegar as fibras que flutuavam após algum tempo. Quando seca, esta fina camada de fibras entrelaçadas se tornou o que hoje chamamos de papel. O papel fino, mas flexível e forte, inventado por T'sai Lun era conhecido como T'sai Ko-Shi, que significa : "Distinto Papel de T'sai" e garantiu ao eunuco chinês seu reconhecimento como o pai da fabricação de papel.
Foi à partir do século III que a arte secreta da fabricação de papel começou a ultrapassar as fronteiras da China, em primeiro lugar para o Vietnã e, em seguida, Tibete. Foi introduzido na Coreia no século IV e se espalhou para o Japão no século VI. O conhecimento se espalhou rapidamente por ali e, antes de chegar à Índia e se espalhar pelo ocidente no século VIII.
A fabricação do papel se espalhou lentamente para a Índia e assim tomou o Ocidente. Ele fez o seu verdadeiro impulso para o oeste em 751 D.C. quando a dinastia Tang estava em guerra com o mundo islâmico. Durante uma batalha, nas margens do rio Tarus, guerreiros islâmicos capturaram uma caravana chinesa que contava com vários fabricantes de papel. Eles foram levados para Samarkand (uma das mais antigas cidades da Ásia, localizada no atual Uzbequistão), que logo se tornou um grande centro de produção de papel.
Aos poucos, a fabricação de papel tomou seu caminho para o ocidente através do mundo muçulmano para Bagdá, Damasco e Cairo. Finalmente, quando os mouros do norte da África invadiram a Espanha e Portugal, levaram a tecnologia com eles e, assim, a Europa iniciou também a fabricação de papel no século XII.
Na Europa, o uso do papiro havia sido abandonado no século IX. O meio preferido para os artistas e literatos da época era o pergaminho liso e brilhante. No entanto, o pergaminho - feito a partir de pele de animal - era extremamente caro. Estima-se que para a produção manual de uma única bíblia escrita em pergaminho eram necessárias peles de cerca de 300 ovelhas.
A noção de papel e seu uso como conhecemos atualmente como um item prático diário não ocorreu até o século XV. Quando Johann Gutenberg aperfeiçoou os tipos móveis e imprimiu sua famosa bíblia em 1456, ele não apenas espalhou a palavra do Cristianismo, mas também provocou uma revolução na comunicação de massa. O nascimento do moderno papel e da indústria gráfica é comumente marcado a partir desta data.
A tecnologia de impressão rapidamente evoluiu e criou uma crescente demanda por papel. Os primeiros jornais europeus foram feitos de algodão reciclado e linho - e um comércio enorme rapidamente se desenvolveu em torno da negociação de trapos velhos. No entanto, logo essa fonte tornou-se insuficiente e algumas tentativas curiosas foram feitas para a fonte de novos materiais. Outros experimentos com fibras como palha, repolho, ninhos de vespas e, finalmente, de madeira, resultando em baixo custo - e substituíveis - materiais para a fabricação de papel. Hoje, as longas fibras macias tornaram-se a fonte mais adequada de celulose para a produção em massa.
A procura de papel também criou a necessidade de uma maior eficiência na produção. No final do século XIII, os trabalhos de Nicholas Luis Robert resultou na criação de uma máquina capaz de produzir um comprimento contínuo de papel em uma tela de arame sem fim, com rolos compressores em uma extremidade. Aperfeiçoado e comercializado pelos irmãos Fourdrinier, as novas máquinas de papel logo substituíram as folhas soltas tradicionais feitas à mão.
Na Europa e na América, a produção em massa de papel tornou-se uma próspera indústria fornecer grandes volumes de papel para a produção de jornais, livros, revistas, sacos de papel, papel higiênico, dinheiro e uma enorme variedade de outros fins. Hoje, o crescente volume de consumo de papel tornou-se uma questão ambiental complexa - e da necessidade de novos materiais cada vez mais urgentes. Embora a reciclagem tenha feito algo de bom, muito papel ainda é desperdiçado.
Nos dias de hoje, por mais que a internet e o meio eletrônico ganhem mais e mais espaço na vida das pessoas, o papel ainda é essencial para muitas finalidades. Os tipos mais usados de papel atualmente são o papel jornal, que o próprio nome já diz para que é usado, o papel offset, vastamente utilizado para a impressão de livros, o papel fotográfico, que conta com revestimento de polietileno para dar qualidade às fotos, o papel couchê, utilizado em impressões de alta qualidade e o papel de revista, que apresenta grande resistência e permite uma impressão rápida em grande escala.
Entretanto, muitas culturas e países ainda tratam o papel antigo como um bem cultural e ainda os utilizam para diversas funções. Um exemplo é o papel vergê, um tipo de papel antigo com uma textura que apresenta nervuras transmitidas por seu processo de fabricação. No período pré-mecânico da fabricação de papel europeu, ele era o tipo predominante de papel produzido. Seu uso, no entanto, diminuiu no século XIX, quando foi largamente suplantado pelo papel mais liso.
Atualmente, sua textura levemente rugosa ainda faz desse tipo de papel antigo ideal para desenhos feitos a lápis grafite ou colorido. O papel vergê também é usado por artistas para fazer desenhos a carvão e para a confecção de convites de casamento.
Quando o assunto é restauração, o American Institute for Conservation é um dos institutos mais reconhecidos na área. Ali, há um grupo específico para tratar da restauração de papel e livros, o Book and Paper Group. O objetivo do grupo é a a troca de informações através de reuniões e publicações sobre a conservação de livros e materiais de papel. Seus membros representam uma ampla variedade de origens e especialidades, mas compartilham um interesse comum na preservação e conservação de artefatos e coleções de materiais à base de papel. Vários grupos de discussão se concentrar em áreas de conhecimentos específicos, tais como arte em papel, livros, arquivos e bibliotecas.
A restauração do papel antigo, hoje é muito utilizada para restaurar documentos e certificações. O processo de restauração é bastante cuidadoso e complexo, e os processos aplicados variam de papel para papel. O começo do processo passa, geralmente, pela higienização do material, passando levemente um pincel sobre a superfície de forma meticulosa. Para dar uma melhor aparência, também é utilizado um pó de borracha específico que é aplicado no papel.
A restauração fica ainda mais complicada quando há fitas colantes no papel. É necessária a realização de alguns testes para saber qual solvente pode ser utilizado para não dissolver a tinta do papel, apagando seu conteúdo. Como papéis antigos estão geralmente amassados, há também um longo processo de planificação das folhas com pesos e vidros ou ainda com uma espátula térmica.
Livros também são objetos de papel muito restaurados atualmente. Há diversas técnicas para a restauração de um livro e cada caso deve ser analisado separadamente de acordo com o estado da obra e do uso posterior. Revistas, jornais e gibis também podem ser restaurados. Caso o livro tenha muito valor e vá ser guardado por muitos anos, o tratamento deve ser completo. Além da obra passar por uma limpeza a seco página por página, ele é descosturado e levado para o “banho”. Nessa etapa o livro fica imerso em água deionizada por um período que varia de acordo com a condição das páginas, mas gira em torno de 10 minutos, processo repetido de 8 a 10 vezes. O “banho” tem a intenção de regularizar o pH da folha que tende a ficar mais ácido com o passar do tempo. Com o pH ácido, as páginas se tornam mais amarelas e quebradiças e a regulação serve para prolongar a vida do livro.
Nos dias de hoje, a reciclagem do papel é extremamente importante, assim como sua fabricação. Mesmo com políticas de reflorestamento cada vez mais rígidas para os fabricantes de papel e com uma maior conscientização da sociedade em geral, a matéria prima fica cada vez mais escassa. Ao contrário do que se pensa, o consumo de papel nas duas últimas décadas do século XX foi recorde mesmo com o uso de computadores.
Na fabricação de uma tonelada de papel, a partir de papel usado, o consumo de água é muitas vezes menor e o consumo de energia é cerca da metade. Economizam-se 2,5 barris de petróleo, 98 mil litros de água e 2.500 kw/h de energia elétrica com uma tonelada de papel reciclado. No Brasil, a reciclagem vem crescendo e, em 2011, 45,5% de todos os papéis que circularam no país foram encaminhados à reciclagem.
A reciclagem começa pela separação doméstica das embalagens usadas. As fibras do papel podem ser recicladas cerca de até cinco vezes. O papel recolhido para reciclagem é classificado em diversas categorias diferentes e transformado em uma pasta, que é submetida a um processo de refinação para a retirada dos materiais contaminantes. Na crivagem, as partículas maiores que as fibras são removidas. Em seguida acontece a depuração, que separa as partículas pesadas e leves. Finalmente, o resultado do processo é sujeito a uma operação de secagem.
O papel reciclado não tem a mesma aparência do papel fabricado, mas pode ser aplicado em caixas de papelão, sacolas, embalagens para ovos, papel higiênico, cadernos e livros, material de escritório, envelopes, papel para impressão, entre outros usos.
Devido à incessante imaginação da humanidade, a escrita não necessita mais do papel para se proliferar, afinal, os computadores abraçaram essa função integralmente. À medida que as novas tecnologias se desenvolvem, como ficará o futuro da produção de papel ?
Com certeza não acabará ! A produção de revistas ou jornais pode diminuir com o tempo, mas como é possível imaginar um mundo sem papel ? Papel higiênico, papelão, filtros de café, notas de dinheiro, papel de cigarros, guardanapos... esses são apenas alguns exemplos.
Há ainda o uso de papel como arte. Desde o origami até esculturas de papel, diversos tipos do material são muito usados para produzir arte. Usando técnicas especiais como moldagem e papel machê, é possível fazer quase qualquer coisa - vasos, bandejas, joias, móveis e produtos utilitários, tais como caixas de papelão e embalagens. Na verdade, o papel é um meio tão versátil, que seu uso é apenas limitado à imaginação.
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Entrevista com Rodolfo Garcia, antiquário carioca bem conhecido e organizador de feiras de antiguidades.
Afinidade com o mundo artístico sempre houve. Museus, exposições, livros sempre estiveram no meu caminho. Profissionalmente, em 1977, passei a atuar como organizador de exposições (salões) de Antiguidades e de Galerias de Arte, até 1985, no Copacabana Palace, no Rio, e no MASP, em São Paulo.
O glamour da Arte Contemporânea “roubou” um pouco do interesse pelo antiquariato. Na verdade, pela velocidade e pelo ímpeto, penso que em breve a AC arrefecerá e seguirá um ritmo mais seletivo e menos histérico. Sem querer, ela dá um espaço enorme para fraudes – muito maior que nas obras antigas – e numa hora dessas, isso será sentido, fazendo o mercado se acalmar, naturalmente. O sucesso da ArtRio e SPArte, e da profusão de leilões, prova que não falta mercado para investimento em arte.
Notei que o mercado de antiguidades continua febril em todo mundo. Mas no Brasil, conforma-se com atuação inexplicavelmente passiva, e órfão de uma ação que atraísse atenção. Os leilões estão bombando e em expansão (e eles têm todo direito), mas as lojas e escritórios assistem, sem qualquer manifestação pró-ativa.
Coincidentemente, o Rio, comemorando 450 anos em 2015, tendo sido sede de dois períodos imperiais, 70 anos como capital da República, fariam a cidade respirar arte, história, o ano todo. Convém o Jockey, por ser um dos locais mais tradicionais do Rio (data de 1928), dispondo de salões adequados a essa finalidade.
Por ora, ainda não despertando o interesse que merecem. A informatização, com todos benefícios que geram, também provocam danos irreparáveis. Em relação aos textos, simplesmente, sepultaram os manuscritos, as dedicatórias, a correspondência e até a personalidade dos autores através da identificação de suas letras. Acho isso uma perda imensa. Quando esta falta for percebida, apesar de já haver difusão, mínima e ocasional em leilões, tenderão a uma promissora valorização. Aos antigos, lógico, um grande futuro.
Não conheço bem a coleção Glórias mas o site é bonito e elegantemente adequado ao tema. Falta mostrar mais seu acervo (ou parte dele).
Divulgar mais a exclusividade dessa atividade, sobretudo (jornais, revistas e TVs) do Rio e de SP. Pela novidade, terão espaço em suas pautas.
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O papel, material que trás consigo um legado milenar, manifesta, dentre as suas diversas modalidades de produção e aplicações, um uso possível como suporte de registros gráficos. Estes, quando escritos ou impressos, percorrem diversas classes sociais e constituem a maior parte dos acervos documentais e bibliográficos.
Oriundo do processamento de matérias vegetais fibrosas, como o algodão, pinheiro ou eucalipto, o papel, se apresenta vulnerável a diversos processos de deterioração e degradação, quer sejam intrínsecos, quer extrínsecos a ele. Os agentes intrínsecos de deteriorações, diretamente à constituição do papel, seu tipo de fibra, à presença de particulados metálicos e resíduos químicos, oriundos da sua fabricação ; os extrínsecos, por sua vez, associam-se aos agentes físicos e biológicos, como a temperatura e umidade do local de guarda, poluição atmosférica, manuseio incorreto ou acondicionamento indevido.
Neste sentido, podemos considerar que as variações e instabilidades da umidade e temperatura do local de guarda do acervo, podem acarretar, além da contração e estiramento das fibras do papel, no surgimento de micro-organismos e insetos, fatores que colocam em risco a integridade física e durabilidade das obras que constituem o acervo. De modo a evitar os mencionados danos, a temperatura ideal para o acondicionamento de um acervo documental, é de 20ºC de temperatura e 50% de umidade relativa do ar.
As embalagens de acondicionamento, desde que produzidas com materiais neutros e estáveis quimicamente, proporcionam uma barreira contra o clima externo e um micro-clima interno, reduzindo internamente as oscilações climáticas e retardando a deterioração fotoquímica, proveniente da exposição do acervo a luz natural ou artificial.
Também nocivos aos acervos documentais, os poluentes atmosféricos, como os gases ácidos devido à queima de combustíveis – que podem acelerar a deterioração do papel, promovendo reações químicas – e os materiais pulverulentos que, por ação mecânica ou natural, são depositados sobre as obras, oferecem grande risco a sua estabilidade física. Em grandes acervos, sistemas de ventilação adaptados e filtros de retenção de componentes danosos ao material documental são utilizados como medida de proteção.
Não obstante, a ação humana (o manuseio inadequado das obras que constituem o acervo) sobre obras manuscritas, impressas ou tridimensionais (encadernadas), colocam em risco iminente a integridade física das obras.
Alguns procedimentos podem favorecer um maior tempo de vida útil, e contribuir de forma efetiva para a conservação preventiva do acervo :
1. Manusear as obras com ambas as mãos limpas e utilizando luvas de algodão, sempre em uma superfície lisa.
2. Não sobrepor obras em contato direto, em casos necessários, utilizar placas de papel cartão neutro, o que dificultará a possível migração de aditivos químicos de uma para o outra.
3. Evitar qualquer superfície ou objeto que cause abrasão ou marcas na obra.
4. Não utilizar fitas adesivas – devido sua composição química – ou prendedores metálicos nas obras.
5. Acondicionar as obras em posição vertical, evitando a compressão com o auxílio de bibliocantos, em invólucros e/ou caixas de material neutro e estável quimicamente; obras de grandes dimensões devem ser acondicionadas na horizontal, sendo sobrepostos no máximo três volumes.
6. Evitar a presença de qualquer tipo de alimento no local de guarda e manuseio das obras.
Visando minimizar os detrimentos sofridos pelas obras, as ações de conservação, acondicionamento e manuseio adequados, em diálogo com as prioridades do acervo, são importantes e efetivas ferramentas para a vida útil e permanências de obras documentais, pertençam elas a um grande ou pequeno acervo.
Article escrito por Heuvath Alquimim, estudante graduando em Conservação-Restauração de Bens Culturais Móveis na Universidade Federal de Minas Gerais.
Referências bibliográficas
SPINELLI Júnior, Jayme. A conservação de Acervos Bibliográficos e Documentais. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Dep. De Processos Técnicos, 1997.
GÜTHS, Saulo; CARVALHO, Cláudia S. Rodrigues. Conservação Preventiva: ambientes próprios para coleções. In: GRANATTO, M.; SANTOS, P. C.; ROCHA, C. R. A. (Org.). Conservação de Acervos/Museu de Astronomia e Ciências Afins. Rio de Janeiro: MAST, 2007. P. 25-45.
GUIMARÃES, Lygia; BECK, Ingrid. Conservação e restauração de documentos em suporte papel. In: GRANATTO, M.; SANTOS, P. C.; ROCHA, C. R. A. (Org.). Conservação de Acervos/Museu de Astronomia e Ciências Afins. Rio de Janeiro: MAST, 2007. P. 45-61.
SPINELLI. J.; BRANDÃO. E.; FRANÇA, C. Manual técnico de preservação e conservação. Rio de Janeiro:Fundação Biblioteca Nacional, 2011.
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A escrita manual está fazendo seu retorno em algumas escolas americanas com o apoio ativo de pais que se preocupam com o baixo nível dos alunos. O Estado da Louisiana aprovou uma lei obrigando alunos de 8 até 18 anos a terem novamente aulas de caligrafia. No total, catorze estados americanos integraram a escrita cursiva aos currículos escolares, após uma década de flutuação ligada aos avanços tecnológicos. Os pesquisadores perceberam que a eficácia da aprendizagem com computadores havia sido amplamente superestimada e mostra cada vez mais seus limites.
"Na era dos computadores, o mito de que não precisamos de caligrafia permanece. Isto não é o que nossa pesquisa mostra. Descobrimos que os alunos até a sexta série, escreveram mais rapidamente, com mais palavras e expressaram mais ideias quando escreveram à mão e não com um teclado”, disse Virginia Berninger, professora na Universidade de Washington, cuja pesquisa centra-se na aprendizagem manuscrita nas escolas públicas. Segundo ela, escrever manualmente melhora o desempenho cognitivo dos alunos e facilita sua aprendizagem.
Estudos científicos também mostram que crianças e adultos que tomam notas usando uma caneta têm melhores capacidades de assimilação e síntese do que aqueles que as anotam pelo computador. Enquanto a formação de cada letra requer movimentos diferentes com a caneta, tende-se a repetí-los ao usar um teclado. Na verdade, a caneta força o cérebro a trabalhar mais.
"Nós percebemos que os alunos que tomam notas em laptops são aqueles que tiveram os piores resultados em questões conceituais... Aqueles que tomam notas com o computador tendem a transcrever o que eles entendem mais literalmente do que retomar as informações por conta própria. Isso é prejudicial para a aprendizagem”, observaram os pesquisadores da Universidade de Princeton em um estudo sobre o assunto em 2014.
Segundo eles, a tomada de notas manual requer escolhas, porque não se consegue acompanhar o ritmo do ditado. Então, temos que nos concentrar. O que não é o caso quando você tem um computador com, além disso, a possibilidade de, ao mesmo tempo, navegar na internet, conversar com amigos ou ler posts no Facebook.
Fonte : slate.fr
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Se a Internet deu origem a uma indústria de bilhões de dólares que faz códigos, protege-os e ataca-os, os criptólogos não são todos poderosos. Existem códigos muito antigos que, ainda hoje, com todo o poder do computador que eles têm, são incapazes de forçar. O jornal britânico The Telegraph elaborou uma lista de dez desses códigos invioláveis.
É um disco de argila cozida, descoberto em 1908 no sítio arqueológico de Phaistos, em Creta. Provavelmente data da Era do Bronze Minoense (2º milênio aC). Seu diâmetro é de cerca de 16 cm e está coberto, em ambos os lados, com hieróglifos impressos com a ajuda de socos. No total, existem 241 sinais, 45 dos quais cobrem o disco, formando uma espiral do lado de fora ao centro do objeto. Apenas um punhado de sinais foi decifrado.
Mais uma vez, o mistério vem da Grécia. A linear A é uma escrita que foi usada na antiga Creta. Esta escrita é composta por oitenta e cinco sinais e ideogramas. Supõe-se que ela transcreva o idioma dos minuanos. Outra escrita da mesma era, a linear B foi decifrada, mas a linear A não.
É uma escultura criada por Jim Sanborn, exibida em Langley, Virgínia, dentro do complexo da sede da CIA. Desde a sua inauguração, em 1990, este monumento tem sido objeto de inúmeras discussões sobre as mensagens criptografadas que o recobrem. Até agora, essas mensagens foram parcialmente decifradas.
Em 1933, sete barras de ouro foram fabricadas para o General Wang, em Xangai. Elas são recobertas de uma escrita manuscrita e criptogramas que seriam a chave para acessar os depósitos feitos em um banco dos EUA, com mais de US $ 300 milhões.
Este código misterioso em três mensagens daria acesso a dois vagões enterrados, contendo toneladas de ouro e prata.
É um livro antigo escrito, que usa um alfabeto desconhecido. De acordo com as estimativas mais comumente aceitas, teria sido escrito entre 1450 e 1520.
Este é o nome dado à figura usada pelo compositor Edward Elgar em uma carta dirigida a uma de suas conhecidas, Miss Dora Penny. Esta mensagem nunca foi decifrada.
A "figura do caos" foi inventada por John F. Byrne em 1918, que por 40 anos tentou persuadir o governo dos EUA a adotá-lo em suas comunicações secretas. Ele desafiou alguém a quebrá-lo. Ninguém conseguiu fazer isso.
Esta é uma mensagem criptografada proposta em 1939 pelo cartógrafo inglês de origem russa Alexander d´Agapeyeff, na primeira edição de Codes and Ciphers, um livro elementar de criptografia. Proposto no final do livro como um desafio para o leitor, este número não foi incluído nas edições posteriores do livro. Nenhuma tentativa de decifrar foi bem sucedida.
O corpo não identificado de um homem foi descoberto em 1948 na praia Somerton em Adelaide, na Austrália. Ele usava um casaco e uma blusa de frio em um dia quente e não tinha meios de identificação dele. Uma mala encontrada na estação de Adelaide que pertencia ao homem incluía, no bolso escondido de uma peça de vestuário, um pedaço de papel de um livro rasgado, encontrado em um carro abandonado. Cinco linhas de texto em letras maiúsculas foram escritas à mão neste livro e parecem ser um código. Nunca foi decifrado.
Fonte : slate.fr
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