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Carta assinada por Juan Perón (1961)

Carta assinada por Juan Perón (1961)

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Em 1961, o Presidente argentino Juan Perón, exilado e muito irritado por um jornalista inglês, critica e contra-argumenta.

1. Carta datilografa e assinada em vermelho por Juan Perón para Don Lawrence A. Flockhart, em Londres. Uma página, com o envelope original, seus selos e cabeçalho "Juan Perón". Em espanhol. 21 cm x 29.5 cm. Madrid, 18 de outubro de 1961. Bom estado geral, papel frágil. Peça única.

Meu querido amigo :

Nesta data recebi sua carta de 4 de outubro passado e agradeço-lhe por sua amável saudação, a qual retribuo com meu maior afeto.

Li o artigo “The Treasure that Perón Can’t Touch”, publicado por Randolph Churchill no “News Of The World”, o qual você me enviou. Sem dúvida, trata-se de um caluniador indecente, dos tantos que buscam notoriedade à custa da honra alheia. Não costumo me preocupar com estes tolos, pois quando se usa de calúnia, injúria ou acusação, é porque se honra um valor ou algo a que se teme ou se tem inveja.

Contudo, como este “aprendiz de bruxo” se refere à situação atual da Argentina, me agrada enviar-te dois documentos nos quais comento tais questões, me ajustando totalmente à realidade através de dados e estatísticas que, sem dúvida, este turista não conhece. O lamentável é que o “News Of The World” tenha se prestado a esta publicação difamatória, o que também me mostra que se trata de um jornal de pouco valor e importância.

Quanto às ofensas pessoais que gratuitamente me dirige este canalha, pode ser que um dia possa engoli-las com sua própria língua. Minha vasta experiência me diz, por outro lado, que tudo o que este caluniador tem dito é para ficar bem com meus inimigos políticos, os quais sem dúvida lhe terão dado algum negócio, geralmente é assim que se pagam estes serviços.

Não sei por que força do destino os filhos das pessoas importantes geralmente saem uns idiotas, especialmente quando se trata de herança alcoólatra, e imagino que este Randolph não escapou desta lei da herança. Por este motivo, me inclino a pensar que se trata de um personagem desprezível, o qual não vale a pena entrar em refutações irrelevantes e ineficazes. No entanto, lhe envio esta carta e os relatórios, aos quais anteriormente me referi, caso creia ser pertinente dizer algo.

Agradeço muito por sua atenção, tenho prazer de estar às suas ordens para o que quer que seja e reiterar minha afetuosa saudação e gratidão.

Um grande abraço.

Juan Perón

2. Grande documento datilografado em 10 partes, redigido por Juan Perón para seus "compañeros" na Argentina. 64 páginas, com cabeçalho "Juan Perón". Em espanhol. ~ 21 cm x 29 cm. Madrid, outubro de 1961. Bom estado geral, papel frágil. Mandamos imagens em alta definição, por email. Trata-se de um resumo completo e incisivo da presente situação política, social e econômica argentina, bem como da decadência da “chamada classe governante”, seguido por “Para onde iremos a partir daqui ?". Peça única.

Juan Perón (1895 - 1974) foi presidente da Argentina entre 1946 e 1955 e entre 1973 e 1974. O golpe militar em setembro de 1955 o obrigou a exilar-se até 1973 no Paraguai, Venezuela, Panamá, a República Dominicana e algum tempo em Madrid, onde redigiu esta carta e este documento.

Com um grande culto da personalidade e próximo das ideias de Hitler e Mussolini durante a Segunda Guerra Mundial, Perón é considerado um ditador pelos historiadores. No entanto, a principal diferença do fascismo, o regime peronista manteve um sistema multipartidário e o respeito da Constituição como a separação entre os poderes executivo, legislativo e judicial. Apesar da sua postura autoritária e muito repressiva, Juan Perón foi aclamado permanentemente entre 1945 e 1955, por meio de várias eleições que confirmaram a popularidade da sua politica chamada de "Terceira Via", que pretendia ser uma alternativa entre capitalismo e comunismo.

Outro motivo de popularidade, a segunda esposa de Juan Perón, Eva ou Evita para outros, contribuiu muito para a imagem social do peronismo nas classes mais pobres da população, por seu trabalho com os doentes, os idosos e órfãos. Embora seu papel preciso na política do primeiro mandato de Perón continue controverso, Eva Perón certamente introduziu questões de justiça e igualdade social no discurso nacional.

Neste ano de 1961, depois do falecimento de Evita, Juan Perón casou-se com a cantora de cabaré María Estela Martínez, que se tornou sua terceira esposa e sucessora no cargo. A Argentina nas décadas de 1950 e 1960 foi marcada por frequentes mudanças de governos (oito chefes de Estado 1955-1973), baixo crescimento econômico, pressão social contínua e duas ditaduras militares ("libertar revolução" em 1955 -58 e "Revolução Argentina" de 1966-1973). Exilado, Juan Perón continuou observando e analisando a situação na Argentina e comunicando-se com aliados e simpatizantes argentinos e estrangeiros.

É neste contexto que Juan Péron escreveu esta carta para Don Lawrence A. Flockhart, um jovem inglês de 18 anos, fascista e peronista. Nela, Perón comenta o artigo "The Treasure that Perón can´t touch" de Randolph Churchill, publicado no jornal "News of the world" enviado por Flockhart. Ele critica vigorosamente o autor chamando-o de "canalha" e qualifica o jornal de "pouco valor e importância". Para explicar seu raciocino, ele anexa um manuscrito onde foi analisada a situação econômica da Argentina com "dados e estatísticas".

Aqui apreciamos o estilo e a emoção de Perón neste importante ano 1961, quando certamente frustrado pelo exilo, ele explica sua visão histórica de forma muito relevante no segundo documento. Interessantes também detalhes como o cabeçalho personalizado e a assinatura em vermelho de uma das personalidades latinas mais importantes do século XX.

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