Assinaturas do Garrincha, Quarentinha e outros jogadores em uma carta surpreendente do Botafogo (1963)

Em 1956, a bordo de um avião, os jogadores do Botafogo escrevem e assinam uma carta para a torcida.

• Documento assinado pelos jogadores e a comissão técnica do Botafogo para a torcida.
• Uma folha, uma página.
• Em português.
• 22.7 cm x 32 cm.
• Bordo do DC6 da KLM, 25 de junho de 1956.
• Estado medio.
• Peça única.
  

A propósito dos lamentáveis e tristes acontecimentos ocorridos em consequência do “match” amistoso realizado em Barcelona no dia 23 do corrente mês entre as equipes do Botafogo e do Barcelona, fato inédito na historia do futebol e da civilização universal, os componentes da delegação do Botafogo De Futebol e Regatas desejam ressaltar a nobre e cavalheiresca conduta do Real Club Deportivo Espanyol, que neste momento visita o Brasil, pedindo aos brasileiros em geral um acolhida fraternal e os aplausos que tem dispensado a outros hospedes ilustres.

Como povo civilizado que nos honramos de ser, democrata e hospitaleiro, dirigimos este apelo a torcida para que receba estes nossos companheiros de viagem - leais adversários que encontramos na nossa companha - em campos europeus com a generosidade que caracteriza o povo brasileiro, incomparável na recepção que sabe dispensar aos seus irmãos de outras regiões.

Esta carta escrita pelos jogadores e pela comissão técnica em 1956 a bordo do DC6 da KLM reflete os profundos valores de esportividade, camaradagem e respeito que o clube e seus representantes mantinham, mesmo em circunstâncias desafiadoras.O incidente em Barcelona, mencionado como um fato inédito na história do futebol, parece ter sido um momento de tensão ou conflito, e, no entanto, a resposta da delegação do Botafogo foi de diplomacia e dignidade. Ao apelar ao povo brasileiro para mostrar hospitalidade e espírito esportivo ao Real Club Deportivo Espanyol, os jogadores e a comissão técnica do Botafogo demonstraram um compromisso com os ideais de jogo limpo e amizade internacional.

Assinada por Garrincha, Quarentinha (Lebrêgo) e 19 outros jogadores como Vinícius ou Zezé, esta carta serve como um poderoso lembrete da importância de manter esses valores no esporte, mesmo diante da adversidade. Ela também destaca o papel cultural e social que clubes de futebol como o Botafogo desempenham além dos campos, atuando como embaixadores de seu país e de seu povo. Como um artefato histórico único, esta carta é inestimável para entender o ethos do Botafogo naquela época e adiciona profundidade à narrativa da história do clube.