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Carta manuscrita de Maria Helena Vieira da Silva

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A grande pintora portuguesa Maria Helena Vieira da Silva agradece a um escritor enigmático por seu livro oferecendo "uma volta ao mundo".

  • Carta manuscrita de Maria Helena Vieira da Silva para um destinatário desconhecido, provavelmente escritor.
  • Uma página, frente e verso.
  • Em francês.
  • 17 cm x 18.7 cm.
  • Sem informação sobre a data e a localização.
  • Excelente estado de conservação.
  • Peça única.

Trechos

(...) Seu belo livro está aqui na minha mesa. Desde que chegou, quero lê-lo. E, a cada dia, deixo por trás o momento que eu poderia tranquilamente fazer a volta ao mundo. Tenho certeza que você entende e me perdoa. De qualquer forma, não queria demorar mais para lhe agradecer. Trata-se de um grande trabalho, que certamente lhe deu muita satisfação, mas também, imagino, muita pena (1).

(1) aqui talvez Maria Helena Vieira da Silva quisesse dizer "esforço" ?

Maria Helena Vieira da Silva (1908 - 1992) é uma entre os grandes pintores do século XX e entre os poucos artistas portugueses com relevante cotação internacional. Mas será Vieira da Silva uma artista realmente portuguesa ? Ela estudou e viveu grande parte da vida na França, a partir de 1928, onde ajudou a fundar a Escola de Paris. Com um estilo figurativo nos anos 1930, evoluiu para uma técnica abstrata - de linhas e labirintos - que lhe rendeu fama e reconhecimento internacional nos anos 1950.

A artista trocou correspondência com amigos, artistas, escritores e políticos e, sobretudo, o grande amor da sua vida, Arpad Szenes, também pintor : um dos casais de pintores mais emblemáticos da arte contemporânea. Além das manifestações de amor e amizade, conversas sobre exposições ou pintura, aparecem outras questões nas missivas, como os problemas de saúde de Vieira da Silva e também as inquietações existenciais da artista, que gostava e precisava viajar para buscar inspiração e certa felicidade.

Esta carta, misteriosa, testemunha sutilmente essa necessidade e os tormentos da artista. Além disso, quase todas as cartas da pintora foram conservadas pela família e pelas instituições portuguesas e francesas : apenas uma meia dúzia, propriedades de colecionadores, apareceu no mercado, nos últimos anos.

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