Uma coleção de relógios antigos
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O colecionismo, uma atividade tanto ancestral como atual
O colecionismo é a prática de guardar, organizar e selecionar objetos das mais diversas origens por interesses pessoais ou sociais. A história conta que esse é um hábito cultural antigo, há registros de membros da realeza das civilizações da Mesopotâmia que colecionavam utensílios há mais de 3000 anos. Mas quem são esses colecionadores hoje em dia, e qual o motivo de seu fascínio pela atividade?
Angelo Paulo Oliveira é um desses colecionadores convictos que fez de seu amor por compilar uma profissão. Nascido em Andrelândia, no interior de Minas Gerais, Angelo conta que o apreço por objetos antigos vem de família:
“Meu avô era mecânico e sempre gostou de peças antigas, as ferramentas dele já nessa época tinham quase 100 anos. Ele sempre contava histórias de construções e objetos, e eu achava muito interessante. Eu até brincava, o vô vai contar uma história, vai começar em 1933”.
Os relógios de coleção, uma viagem no tempo e na história
Atualmente, Angelo coleciona relógios vintage das décadas de 50 e 60, e casacos militares americanos da mesma época. Engenheiro ambiental, ele optou por vestir esses itens em seu dia a dia, pois acredita que assim diminui a carga ambiental de seu consumo. No entanto, muito além das vantagens para o meio ambiente, utilizar esses objetos é uma viagem no tempo e na história. Angelo explica: “ Acho que a maior função de um item de coleção é o poder de trazer as memórias ao presente.”
Um dos orgulhos de sua coleção é um Rolex Bubbleback de 1953. “Além de manter a originalidade intacta ao longo de mais de 60 anos, possui o mostrador exatamente igual ao que o Major Charles Wylie usou na conquista do Everest em 1953”, conta. Outra peça icônica é uma gandola de algodão utilizada pelas forças armadas da Coréia do Sul na chamada “Zona Desmilitarizada”. “Você saber que o soldado ficou ali várias rondas, usou aquilo durante algum tempo e numa situação totalmente conturbada. Eu acho legal a história por trás da peça, é por isso que eu gosto de usar”, revela emocionado.
Colecionar relógios antigos, um hobby que se tornou negócio
Aquilo que era uma paixão se tornou uma fonte de renda diante da crise econômica que assolou o Brasil em 2016, 15 anos depois que Angelo começara a colecionar. O engenheiro, que saiu de Minas Gerais e se mudou para Santa Catarina, encontrou no sul peças raras trazidas pelos imigrantes europeus que chegaram à região e, como profissional da área, pôde contactar-se com vendedores e compradores de outros países que, além da troca, brindaram um grande conhecimento.
Ainda assim, colecionar, para Angelo, sempre será mais que um negócio: "Mario Quintana, um poeta gaúcho, escreveu: A Saudade é o que faz as coisas pararem no Tempo. Um garoto compra hoje um objeto antigo, porque seu pai, seu avô, seu herói preferido das séries que assistia usava um igual. Aquele objeto é uma máquina do tempo que o transporta a épocas passadas”. É esse o engenho que faz sonhar a muitos homens e mulheres que encontraram no colecionismo um caminho, e, graças a eles, temos a oportunidade de ver nossa história preservada, e conhecer um pouco mais dos caminhos que nos trouxeram até o presente.
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