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Carta assinada por Vinícius de Moraes (1961)

Carta assinada por Vinícius de Moraes (1961)

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Em 1961, Vinicius de Moraes escolhe a criação artística em vez da diplomacia.

  • Carta assinada por Vinicius de Moraes para sua primeira filha, Susana de Moraes.
  • Duas páginas.
  • Em português.
  • 20 cm x 26 cm.
  • Petrópolis, 4 de abril de 1961.
  • Bom estado de conservação, papel levemente amassado.
  • Peça única.

Em 1961, Vinicius de Moraes vivia uma fase de intensa produção artística e transformações pessoais. Aos 48 anos, já consolidado como poeta e diplomata, mergulhava cada vez mais no universo da música popular brasileira, aproximando-se de artistas como Tom Jobim, com quem havia lançado, três anos antes, a icônica Chega de Saudade. Nesse período, afastava-se progressivamente da carreira diplomática — que abandonaria oficialmente em 1968 — e colhia os primeiros frutos da Bossa Nova, movimento do qual foi um dos grandes letristas. No plano pessoal, 1961 marcou o início de seu relacionamento com Nelita Abreu Rocha, com quem se casaria em 1962. Assim, esse ano representou uma etapa de transição, em que Vinicius se afirmava como figura central da cultura brasileira, equilibrando o lirismo de sua poesia com a leveza e sofisticação da música popular.

Nesta carta para a filha, em tom íntimo e afetuoso, ele compartilha novidades profissionais, como o “furor literário” em que se encontrava, mencionando peças como Procura-se uma rosa, Chacina em Barros e a ousada A Última Ceia, que ele próprio prevê que resultará em sua excomunhão, por reinterpretar o cristianismo sob uma ótica marxista.

Há trechos divertidos, como quando diz estar “um turco danado para negócios”, celebrando o lucro com sua editora, ou quando fala do novo “snooker à brasileira” e da pequena piscina da futura casa desenhada por Oscar Niemeyer. Ele menciona, com naturalidade, nomes como Tom Jobim e até os Beatles. A carta mistura erudição, ironia e afeto paternal, oferecendo um retrato encantador de um Vinicius em plena maturidade artística e emocional.

“Apresentei-me ao Itamaraty logo depois da mudança de governo, mas o dito resolveu me esquecer – o que é muito honroso para mim, mas por demais conveniente, pois estou em pleno furor literário.”

Esse trecho talvez seja o mais revelador: mostra que, embora formalmente ainda estivesse ligado ao Itamaraty, Vinicius já se encontrava afastado de suas funções diplomáticas na prática. A “mudança de governo” a que se refere é provavelmente a posse de Jânio Quadros, em janeiro de 1961. Vinicius interpreta com ironia e alívio o fato de não ter sido convocado novamente: sente-se “honrado” por ser esquecido e, ao mesmo tempo, grato, pois isso lhe permite dedicar-se com intensidade à criação artística!

Assim, esta importante carta — assinada de forma manuscrita como “Dad” (pai) — revela o momento de transição e afastamento da diplomacia na vida do gênio Vinicius de Moraes, marcado por liberdade criativa e uma clara prioridade à literatura, à música e ao teatro.

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