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Carta manuscrita de Carlos Gomes (1888)

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Em 1888, Carlos Gomes, o compositor autor de O Guarani, tenta melhorar sua situação e recuperar seu prestígio.

  • Carta escrita por Carlos Gomes para um jornalista, o senhor Palazzi ou Palaggi.
  • Duas páginas.
  • Em italiano.
  • 14 cm x 21.7 cm.
  • Milão, 2? de janeiro de 1888.
  • Bom estado de conservação, com algumas marcações e inscrições tipográficas de cor azul ou vermelha, manchas de queimação nos cantos inferiores que não alteram o texto.
  • Peça única.

Extrato

Não vou fingir ; fiquei decepcionado de ver esse pequeno de música publicado porque o título tem erros de impressão, como foi com o Madrigal. Mas já foi e prefiro não pensar mais nisso. De qualquer forma, estou honrado da importância que você da para minhas musicas sem graça. (…) Por enquanto estou ocupado demais e pior ainda : com muitas preocupações.

Carlos Gomes (1836 – 1896) foi certamente o maior compositor brasileiro do século XIX.  Mesmo tendo vivido a maior parte de sua carreira na Europa, especialmente na Itália, onde muitas das suas óperas foram apresentadas na prestigiosa Scala de Milão, o compositor se sentia profundamente brasileiro ; viveu em pleno Brasil Imperial, com seus senhores e escravos, entre a Independência em 1822 e a Proclamação da República em 1889, o que inspirou grande parte da sua obra.

Mesmo que o sucesso na Europa de O Guarani, sua mais famosa obra, tenha dado a Carlos Gomes uma imensa fama no Brasil Imperial, as óperas seguintes foram menos apreciadas, o que fez com que o compositor caísse numa profunda desilusão e desânimo, piorando problemas de saúde persistentes.

Em 1888, ano em que escreveu essas linhas, Gomes terminava com dificuldade sua ópera Lo Schiavo (O Escravo) em Milão, em homenagem à Princesa Isabel e à abolição da escravidão ; tratava também, com ópio, uma grave crise de nervos e tentava pagar suas dívidas com a venda da sua casa e dos seus móveis. Enfim, escreveu esta carta durante um período difícil, doente e longe da pátria.

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