Dom Helder Câmara recomenda dois jovens cariocas para um estágio na Espanha, elogiando a "absoluta idoneidade moral" e o "firmíssimo caráter" deles.
Carta manuscrita de Dom Helder Câmara para uma intituição cultural na Espanha.
Em português.
21.4 cm x 27.7 cm.
Rio de Janeiro, 14 de julho de 1952.
Papel amarelado, bom estado de conservação.
Peça única.
Dom Helder Câmara (1909-1999) tinha o verdadeiro espírito de Jesus: simplicidade, ponderação e preocupação pelos mais carentes. Melhor, ele não apenas falava como também agia e ajudava as populações mais pobres do Brasil.
Nascido em 1909 de uma família de 13 irmãos,HélderCamarafoi sucessivamente padre em Fortaleza, bispo e arcebispo de Olinda e Recife até 1985. Mas ele não aceitou o padrão de vida que teria lhe dado suas funções e preferiu morar em uma casa simples no meio de uma favela nordestina. Perto de movimentos não violentos e referindo-se a Gandhi e Martin Luther King, defensor dos Direitos Humanos,DomHélderdefendia uma Igreja servidora e pobre a serviço da uma humanidade fraterna.
Por suas críticas e posições audaciosas, entusiasmou as multidões no exterior, mas foi marginalizado no Brasil pela burguesia, pela ditadura militar e até pela própria Igreja.DomHelderrespondia a seus muitos inimigos com uma frase emblemática:
"Quando dou comida aos pobres, sou chamado santo. Quando pergunto por que eles são pobres, eles me chamam de comunista".
Documentos de grandes personalidades religiosas contemporâneas são raros no mercado e Dom Helder Câmara não faz exceção. Apesar das dificuldades, o religioso foi o brasileiro por mais vezes indicado ao Prêmio Nobel da Paz e o Vaticano avalia atualmente sua beatificação. Nessa carta em excelente estado de 1952, ele recomenda dois jovens cariocas para um estágio na Espanha, elogiando a "absoluta idoneidade moral" e o "firmíssimo caráter" deles.