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Carta manuscrita de um jogador da seleção chegando no México (1970)

Carta manuscrita de um jogador da seleção chegando no México (1970)

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Algumas semanas antes do começo da Copa do Mundo de 1970, um jogador brasileiro conta como foi a chegada da seleção no México.

  • Carta postal manuscrita de um jogado da seleção brasileira de 1970 (provavelmente Paulo César Lima, o Caju) para certa Tânia, talvez uma parenta ou amiga.
  • Em português.
  • 13.9 cm x 8.9 cm.
  • 2 de abril de 1970, México.
  • Excelente estado de conservação.
  • Peça única.

Querida Tânia
Com a graça de deus
fizemos boa viagem, e
estamos num hotel de
primeira classe tem de
tudo. A nossa chegada
aqui foi uma tremenda
festa, estão todos torcen
do para nos
Amanha começaremos
a treinar para jogar
dia seis contra o Guada
lajara

Em 1970, o Brasil vivia sob uma ditadura militar e testemunhou sua seleção entrar para a História, consagrando-se tricampeão mundial por meio de um futebol alegre e espetacular. Foi também a primeira Copa do Mundo exibida ao vivo pela televisão brasileira. Dois meses antes de seu início, a seleção “canarinho” foi a primeira equipe a chegar ao México para se aclimatar à altitude de mais de 2 mil metros e ficou no grupo 3, o mais forte de todos, ao lado da então campeã do mundo, Inglaterra. Sua estreia se deu em 3 de junho, em Guadalajara, contra a Tchecoslováquia e, depois de uma campanha admirável, derrotou os italianos na final.

Os jogadores do time eram Félix, Ado, Leão, Carlos Alberto, Zé Maria, Brito, Baldochi, Fontana, Wilson Piazza, Everaldo, Marco Antônio, Clodoaldo, Joel, Rivelino, Gerson, Jairzinho, Paulo César, Pelé, Dario, Tostão, Roberto e Edu. A Copa de 1970 foi a última em que Pelé participou (único jogador a vencer três vezes o torneio) e essa seleção é até hoje considerada como um dos melhores times de todos os tempos: unanimidade tanto na imprensa como por torcedores ao redor do mundo. Depois da final, o técnico da equipe da Tchecoeslováquia, muito criticado pela derrota para o Brasil na estréia, disse: “Agora o mundo compreende a razão de termos perdido de quatro a um. Ninguém vence esse time do Brasil.”

Esta é uma peça inédita e escrita pelo jogador Paulo Cézar (cuja assinatura foi conferida por análise paleográfica). Ela é valiosa por relatar a chegada daquela que seria a grande campeã da copa de 70 e revela, além disso, vestígios de uma época onde os jogadores apresentavam uma postura de humildade (“estamos num hotel de primeira classe tem de tudo”) e vivacidade ao sentir o apoio dos fãs (“A nossa chegada aqui foi uma tremenda festa, estão todos torcendo para nós”).

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