Homem de progresso, o Imperador do Brasil busca todas as inovações científicas em Paris e se esforça para criar pontes entre seu país e a França.
- Conjunto de 7 cartas manuscritas de Dom Pedro II, uma à Jules Taschereau (1873) et seis outras à Marcellin Berthelot.
- 7 folhas, 8 páginas.
- Em francês.
- +/- 13 cm x 21 cm.
- Petrópolis, Rio e Cannes : entre 1873 e 1888.
- Excelente estado de conservação.
- Conjunto único.
Extratos traduzidos do francês
Petrópolis, 13 de março de 1873. "Para o Sr. Taschereau, diretor da Biblioteca Nacional de Paris. Recomendo-lhe o Dr. Ramis Galuad, diretor da Biblioteca Nacional no Rio. Espero que você faça com que ele admire todas as riquezas de sua biblioteca, onde você foi tão gentil comigo. Seu afetuoso colega, D. Pedro d'Alcântara."
Rio, 23 de abril de 1874. "Caro professor, A lembrança de minha visita ao seu laboratório no Collège de France permanece muito vívida em minha memória, e me obriga a recomendar-lhe o Dr. Freire, que acaba de se qualificar para a cátedra de Química Orgânica na Escola de Medicina do Rio por um concurso brilhante. Ele foi enviado para estudar na Europa. Tenho certeza de que ele honrará a recepção dos estudiosos e os sentimentos com os quais sou seu afetuoso, D. Pedro d'Alcântara."
Paris, 6 de junho de 1877. "Senhor, Espero que você possa estar em seu laboratório no Collège de France no dia 9 para alguns momentos de conversa que tantos compromissos em Paris não me permitiram ter em outro lugar com você. Planejo visitar seu laboratório entre 1 e 2 horas. Seu bem afetuoso colega, D. Pedro d'Alcântara."
Rio, 14 de abril de 1880. "Senhor, Você conhece meu amor pela ciência, que aliás é demasiado platônico na posição que ocupo, e minha sincera estima por aqueles que têm a sorte de poder contribuir para o progresso científico; É por isso que naturalmente expresso o quanto estou ansioso para ler seu ensaio sobre mecânica química. Os sábios até me obrigam a me reservar quanto às teorias, mas o princípio do trabalho máximo o fará enriquecer ainda mais o domínio da síntese. Peço-lhe que se lembre sempre do interesse que tenho em seus trabalhos e acredite sempre em seu afetuoso, D. Pedro d'Alcântara."
Rio, 14 de setembro de 1882. "Senhor, Recomendo-lhe novamente um brasileiro de mérito científico, o Dr. Ferreira dos Santos, professor associado da Escola de Medicina do Rio. Ele vai aperfeiçoar seus estudos químicos e espero muito de sua ajuda para os serviços que ele prestará à sua ciência em meu país. Há muito tempo vejo seu nome apenas nos relatórios, contudo tenho certeza de que você acredita no interesse que me causaria o que você desejasse me comunicar em suas cartas, especialmente se isso puder contribuir para o progresso do estudo da química em meu país. Felizmente noto um pouco mais de movimento científico. Peço-lhe que sempre conte com a sincera estima de seu bem afetuoso, D. Pedro d'Alcântara."
Petrópolis, 20 de março de 1887. "Senhor, Como brasileiro, agradeço sua colaboração na revista que se anuncia como dedicada a todos os interesses do meu país e fico bem de fornecer informações que se relacionam com as ciências físicas, das quais você sabe que me ocupo tanto quanto minha posição me permite. Ao pedir que me recorde aos bons lembranças de nossos colegas, aproveito esta ocasião para expressar toda a estima que tenho por você, seu afetuoso colega, D. Pedro d'Alcântara."
Cannes, 18 de janeiro de 1888. "Senhor, Sua carta me causou grande prazer, como aliás você deveria estar bem certo, pois você sabe o quanto eu o estimo. Tenho certeza de que seus recomendados encontrarão a melhor recepção por parte de meu genro e minha filha. Informe-me sempre sobre seus trabalhos, pois você sabe perfeitamente o interesse que seu colega afetuoso tem neles. D. Pedro d'Alcântara."
Homem de bem, de ciências, de cultura e de progresso, Dom Pedro II reinou por cinquenta e oito anos sobre o Brasil. Ao herdar, na sucessão de seu pai em 1831, um Império à beira da ruína, transformou profundamente seu país para elevá-lo a uma potência livre, cívica e emergente na cena internacional.
Geralmente considerado, até os dias de hoje, como o maior homem da História Brasileira, seu comportamento suscitou o respeito e a admiração de muitos cientistas e escritores europeus, como Darwin, Hugo, Pasteur, Bell e Nietzsche.
"Eu nasci para me dedicar à cultura e às ciências", escreveu ele em seu diário íntimo em 1862. Falando mais de dez idiomas, foi membro da Royal Society, da Academia de Ciências da Rússia e da Bélgica, da Sociedade Geográfica Americana, sendo eleito em 1975 para a Academia de Ciências na França. Desejando colocar seus conhecimentos a serviço de seu país, desenvolveu ativamente a educação nacional, a pesquisa científica e artística.
Correspondências importantes de Dom Pedro II - na minha opinião, uma das personalidades mais fascinantes da História brasileira - são cada vez mais raras, esta é talvez a última. Esse conjunto é particularmente interessante porque mostra - nos últimos anos de seu reinado - o quanto Dom Pedro II amava as ciências, como se esforçava para valorizar e fazer progredir o Brasil com a ajuda da França, os dois países que marcaram profundamente sua vida.