Em 1843, o capitão de um navio holandês estacionado na baía de Guanabara, desenha o Pão de Açúcar com a Fortaleza de Santa Cruz.
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Carta manuscrita, com desenho do capitão de um navio holandês estacionado na Baía de Guanabara.
- Uma folha, frente e verso.
- 15 cm x 25 cm.
- Em holandês.
- Rio de Janeiro, dezembro de 1843.
- Papel frágil.
- Peça única.
O texto é parte de um jornal de bordo desaparecido, que traduzimos para o inglês. Possui dias, horários, indicações meteorológicas e observações da atividade marítima, na baía de Guanabara.
Alguns trechos em destaque, traduzidos do holandês para o português
(...) A fragata norte-americana Brandywine and Congress, a corveta inglesa Juno e o navio a vapor Hydra. A escuna russa Baikal, a fragata brasileira Cafregua e duas pequenas corvetas de convés liso e também o navio inglês para doentes e escravos Cressent (...).
(...) Saudou o governo brasileiro com 21 tiros e o N. Amer com 11 tiros, que foram respondidos (...)
(...) Em 6 de dezembro, comemoramos de maneira usual o aniversário do rei Guilherme (...) nosso venerável rei, o herói de Waterloo, e por isso viva o rei!!! Fez 199 tiros naquele dia, o N. Americ teve a gentileza de fazer 35 tiros à tarde, os outros navios fizeram 21.
Juntamente com a Fortaleza de São João e o Forte Tamandaré da Laje, a Fortaleza de Santa Cruz constituía a principal estrutura defensiva da baía, da cidade e do porto do Rio de Janeiro, durante o período do Brasil colonial e do Brasil Imperial.
Registros dessa época, na Baía de Guanabara, estão raramente disponíveis para o público, e menos ainda para os colecionadores. Este documento redigido há 180 anos atrás, nos permite imaginar a atividade da época, nesse final de ano de 1848. Inclusive, o tráfico de escravos e o uso extenso de tiros de canhão para comunicar… ou comemorar o aniversário do rei Guilherme I da Alemanha, heroi da famosa batalha de Waterloo, a última do imperador francês Napoleão. A cereja do bolo: o desenho do pão de Açúcar atrás da Fortaleza de Santa Cruz, dois importantes símbolos do Rio de Janeiro, até os dias de hoje.