Em 1936, assim era o Brasil, essa terra tropical que alguns franceses privilegiados vinham visitar.
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Folheto turístico sobre o Brasil de 1936.
- Uma folha.
- 10.2 cm x 23.2 cm, dobrado.
- 80 cm x 61.5 cm, desdobrado.
- Em francês.
- Excelente estado de conservação.
Quem foi o dono deste guia turístico e como ele se sentiu ao chegar ao Brasil de 1936, um Brasil bem diferente dos dias de hoje? Quando encontrei esse documento na França, viajei. Não viajei da França para o Brasil de avião - como tantas vezes na minha vida - mas viajei mentalmente. Voltei no tempo, como sempre faço quando encontro uma raridade antiga.
Na frente, tem um mapa do Brasil com muitas informações interessantes. A gente aprende, por exemplo, que haviam apenas 250.000 telefones no Brasil e que tinham 1.257 bibliotecas para um pouco mais de 42 milhões de habitantes!
No verso, a gente aprende sobre as principais cidades do Brasil: Curityba (assim se escrevia na França) tinha 120.000 habitantes, “um clima delicioso e neve frequentemente”. Mais para o norte, o guia aconselha visitar “Bello” Horizonte, uma cidade de 180.000 habitantes, e a mina de ouro de Morro Velho, a mais profunda do mundo. Agricultura, esportes, automobilismo, minerais e flora, comunicações, a floresta Amazônica, e a produção industrial, são outras temáticas tratadas desse lado do panfleto com fatos muito interessantes.
Quem conserva guias turísticos desatualizados na era do smartphone, ainda mais de 1936? O que esse folheto conta é incrível. Permite medir como o Brasil, e o mundo, mudaram em quase 90 anos, talvez a idade dos seus avós. Dá para sentir também que o turismo era reservado para uma elite, culta, que vinha de navio para conhecer o Brasil, percorrendo o país durante várias semanas ou mesmo meses. Esses franceses não vinham simplesmente para curtir as praias, as caipirinhas e o Carnaval, mas também para explorar o Brasil. Enfim, uma mistura emocionante entre o TripAdvisor e o Wikipedia.