Alberto Santos Dumont pilota seu dirigível número 7 durante o prêmio Deutsch.
- Duas grandes fotografias originais e inéditas de Alberto Santos Dumont.
- As duas fotografias foram coladas em um papel rígido, frente e verso, pelo fotografo (não identificado).
- 29 cm x 23 cm.
- Paris, Parc des Coteaux de Longchamps, 1904.
- Bom estado de conservação.
- Peça única.
Legendas em francês
1a : Prix Deutsch - Le Santos Dumont N7 au Parc des Coteaux de Longchamps, le départ, lâchez tout !
1b : Prix Deutsch - Le Santos Dumont N7 au Parc des Coteaux de Longchamps, essais au départ.
Com quantas tentativas se faz um gênio? Para todos os que crêem que as qualidades de um prodígio são inatas, e que a pessoa que foi afortunada com elas não precisará fazer mais esforços ao longo da vida, Alberto Santos Dumont é a prova de que o real caminho daqueles que marcaram seu nome na história é bem diferente. Na verdade, a genialidade possui outro sinônimo: resiliência. O pai da aviação, antes do famoso voo no 14-bis, engenhou nada menos que outros 13 modelos de suas “máquinas voadoras”, muitas delas, com histórias particulares.
É o caso de seu dirigível “Nº 7”, uma aeronave rápida, que foi criada para competir por prêmios de aviação na Exposição Universal de 1904, mas que nunca chegou a pelejar, devido a uma sabotagem. Relatos da época registram: “Dois dias depois, quando foi desdobrada para uma primeira inflação, descobriu-se que a tela havia sido lacerada em todo o seu comprimento. O autor do crime (será um psicopata?) nunca se preocupará com a polícia.” O mistério jamais foi solucionado e o triste fim do dirigível, antes mesmo de que ele pudesse alçar voo, torna ainda mais valiosas as fotos em tamanho grande, e muito provavelmente inéditas, do Nº 7.
Mas quem seria capaz de tamanha atrocidade contra um homem que buscava nada mais que o progresso da humanidade? A dúvida ainda paira no ar, e a busca por respostas incita a criatividade. Naquele princípio de século XX, Santos Dumont era reconhecido e admirado em Paris, e é certo que com tamanha admiração viriam também inimigos. Teria sido algum outro inventor a sabotar o dirigível de Dumont? Talvez algum dos demais competidores da Exposição Universal de 1904? É preciso ter em mente que tal evento foi um marco na história do desenvolvimento tecnológico mundial, e o prêmio em questão, finalmente, era nada menos que marcar o nome na História.
Nos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial, a humanidade presenciou um salto tecnológico que impacta as nossas vidas até os dias de hoje. Se na atualidade nosso Panteão é povoado por esportistas ou estrelas de Hollywood, no princípio do século passado, eram os inventores os nomes adorados pela massa que consumia avidamente o surgimento dos avanços que hoje fazem parte do nosso dia a dia. Do carro ao avião, passando pelos meios de comunicação e todo tipo de eletrodoméstico, imaginemos como era uma vida sem essas facilidades, e logo entenderemos como sua criação impactou o cotidiano e colocou em destaque os responsáveis por seu surgimento. Em 1904, Santos Dumont era um desses nomes, reconhecido em Paris, mais que por sua genialidade, por sua audácia.
E o que significa a audácia senão a persistência ainda que diante de condições adversas? Santos Dumont foi uma pessoa acima de média por suas ideias e ousadia, mas, acima de tudo, pela valentia de persistir diante de cada queda, muito antes de sequer ganhar os ares, uma lição para a nossa sociedade atual, habituada às gratificações instantâneas.
E si essas fotos inéditas do Nº7 - encontradas em um arquivo particular, em Paris - fossem seu recordatório constante do poder da perseverança, de qual sonho você teria a audácia de não desistir?