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Recibo manuscrito de Paul Verlaine (1891)

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Em 1891, o poeta francês Paul Verlaine recebe um pagamento da sua editora.

  • Recibo manuscrito de Paul Verlaine para sua editora.
  • Uma página.
  • Em francês.
  • 17.8 cm x 11.2 cm.
  • 13 de maio de 1891, Paris.
  • Perfeito estado de conservação.
  • Peça única.

13 mai 1891

Reçu 20 francs sur l´édition de la comédie “Les uns et les autres”, sur les 100 francs de la dite édition.

P. Verlaine

Em 1891, Paul Verlaine (1844-1896), doente, levava uma vida de miséria, os últimos anos do poeta. Ele vagava em Paris entre alojamentos provisórios e hospitais parisienses. Lá ele recebia seus amigos como se estivesse em casa. A um jornalista do jornal Le Figaro que o visitou, ele disse (traduzido do francês):

A poesia é um teclado, o poeta um artista. Ele pode tudo ao sair da rotina tradicional, ao quebrar os velhos moldes, tirar novos efeitos, inventando novos acordes, mas se ele bater aleatoriamente, ou ao lado, o ritmo desaparece, o som não existe mais, a imaginação ultrapassou o objetivo a ser atingido e nós chafurdam em versos de dezessete, dezoito, de vinte e quatro pés, com metáforas de uma ousadia incontestável: aí estão os simbolistas!

Sua vida tumultuada e suas paixões fazem de Verlaine um personagem fora do comum. Com Rimbaud, Apollinaire, Baudelaire ou Victor Hugo, ele impactou profundamente a literatura francesa do século XIX e continua sendo uma referência absoluta. Claro, a história de amor caótica que ele viveu com Rimbaud contribuiu para a fama dos dois poetas "malditos". Consequentemente, os documentos autógrafos deles são muito procurados pelos colecionadores do mundo inteiro e alcançam valores astronômicos em raros leilões.

Neste pequeno bilhete em perfeito estado, um recibo de pagamento da sua editora, Verlaine menciona uma obra que se tornou uma peça de teatro com vinte uma representações em Paris. Apesar do período ser conturbado - o poeta sofria e bebia muito - as três linhas manuscritas e a assinatura são bem legíveis, elegantes. Um detalhe que me chamou atenção também: os traços de lápis de cor, azul e vermelho. Eles geralmente eram feitos por tipógrafos de editoras para acompanhar as obras publicadas, mas confesso que vi neste azul-branco-vermelho as cores da bandeira da França!

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